O senador e ex-secretário da Pesca do governo Jair Bolsonaro (PL), Jorge Seif (PL-SC), usou a tribuna do Senado para pedir “perdão” por ter ido ao show da cantora Madonna, no último sábado, 4. A apresentação foi criticada por grupos religiosos e conservadores e parlamentares bolsonaristas. No entanto, aliados do ex-presidente como o ex-secretário de comunicação e advogado Bolsonaro, Fábio Wajngarten, e o governador do Rio, Cláudio Castro (PL-RJ), acompanharam a performance na área VIP.
Madonna fez uma apresentação histórica para 1,6 milhão de pessoas nas areias de Copacabana, no Rio. O show trouxe ao público os questionamentos que há 40 anos marcam a carreira da cantora em favor de grupos LGBTQIA+ e liberdades sexuais, com críticas ao conservadorismo religioso e encenações de sexo oral e masturbação.
“Nós, quando somos eleitos, representamos parte da nossa população. Representamos valores, bandeiras e temos posições. No último sábado eu decepcionei meu eleitorado. Fui a um show, o qual não representa alguns valores nossos, e as pessoas se sentiram decepcionadas comigo. Quando nós decepcionamos as pessoas e nos conscientizamos de que erramos, precisamos fazer algo que é ensinado na Bíblia sagrada, que é pedir perdão” disse Seif na tarde desta terça.
O senador continuou dizendo que não estava no evento “desrespeitando o povo do Rio Grande do Sul” ou de Santa Catarina, estados que enfrentam dificuldades com reflexos das chuvas.
O senador Cleitinho (PL-MG), aliado de Seif, acompanhava o discurso e disse que “perdoava” o correligionário e que o mais importante era reconhecer o erro.
Após a repercussão negativa entre seus eleitores e antes da fala na tribuna, Seif tinha enviado um áudio a um amigo, justificando que foi à apresentação a pedido da esposa, Catiane Seif. A fala foi divulgada pelo portal Metrópoles.
"O show, minha esposa me pediu. A artista que ela acompanha desde a juventude, gosta, a mulher está se aposentando, 40 anos de carreira. Está encerrando a carreira dela. Minha esposa, que está passando por essa fase terrível comigo, terrível, me falou: 'Meu marido, eu gostaria de ver o encerramento da carreira artística da Madonna. Você pode me levar no Rio de Janeiro? Estou te fazendo um pedido. Você pode me levar?' Quem que diria não à esposa, cara? Eu não diria não", disse o senador na gravação.