O candidato do PT ao governo de São Paulo, Fernando Haddad, afirmou neste sábado, 27, durante evento no Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que, se eleito, terá 50% de mulheres no secretariado. "Nosso governo vai ser paritário", disse. Ele também afirmou que mulheres estarão em cargos "de comando", sem especificar quais.
"Queremos dividir o poder, porque a forma de democratizar o poder é dividindo. As mulheres correspondem a 40% da produção científica brasileira e precisam de espaço para mostrar seu valor", disse. Quanto à igualdade racial, Haddad não estipulou uma cota. "Vamos ter mulheres negras neste processo", afirmou.
Uma das principais medidas que o candidato destacou que vai implementar assim que assumir o governo do Estado, se ganhar as eleições em outubro, é aumentar o salário mínimo em São Paulo, que está hoje entre R$1.284 e R$1.306. "Vou aumentar o salário mínimo paulista. No dia 2 de janeiro, vou mandar um PL (projeto de lei) para a Assembleia Legislativa. O salário mínimo vai ser de R$1.580?, afirmou. A proposta acarretaria em uma alta de 21% a 23% do piso atual.
Em seus 15 minutos de discurso, acompanhado de candidato ao Senado Márcio França (PSB) e de candidatos à Câmara dos Deputados da coligação do PT, Haddad prometeu reduzir o preço dos bens de primeira necessidade.
"Vou tirar o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) tanto da cesta básica quanto da carne, porque as pessoas querem voltar a comer carne. É um direito da população comer proteína também, não é só para rico", disse o candidato, acrescentando, ainda, que no primeiro domingo após a posse, se eleito, "vai ter churrasco na laje, com picanha e cerveja". A fala rebate o discurso do presidente Jair Bolsonaro (PL), candidato à reeleição, que afirmou que "não dá para ter filé-mignon para todo mundo", durante entrevista a Jovem Pan, nesta sexta-feira, 26.
O ex-prefeito de São Paulo afirmou também que Bolsonaro "está no mundo da Lua" ao dizer que não existe fome no Brasil. "Ele ficou chateado com Lula no Jornal Nacional", disse. Para Haddad, os apresentadores do programa pediram desculpas ao ex-presidente quando disseram que ele "não devia nada à Justiça". "Eles tiveram de pedir desculpa do jeito deles", afirmou.
Do lado de fora do palanque do sindicato estavam centenas de eleitores vestidos de vermelho e ambulantes vendendo artigos ligados ao PT. "A que mais sai é a blusa de Lula e o chaveiro", afirmou o vendedor Bruno Marcos, que deixou o emprego de operador de máquina para focar nas vendas durante a campanha.
Já na barraca de Hugo Santos não havia preferência dos clientes. "Não tem carro-chefe, o que for de Lula está saindo", disse, minutos antes de um grupo de homens vestidos de verde e amarelo comprar panos de chão com a estampa do candidato petista.