Uma idosa cadeirante, de 69 anos, morreu após ser arremessada de um ônibus em movimento, na Vila Valqueire, Zona Oeste do Rio de Janeiro. Caso ocorreu na quinta-feira, 3, e é o segundo em menos de dois dias. A vítima deixa três filhos, cinco netos e um bisneto.
Maria da Glória pegou um ônibus da linha 783, que vai de Marechal Hermes para Praça Seca, da viação Três Amigos. Em um curva, a porta se abriu e ela caiu do veículo em movimento. De acordo com a TV Globo Rio, ela não estava com a cadeira presa no cinto de segurança.
"É claro que se ela tivesse presa, e a porta abrindo, não iria acontecer isso. Poderia acontecer com outra pessoa que estivesse dentro do ônibus, mas aconteceram duas situações. A porta abrir só com a curva do ônibus e ela ser lançada de uma forma muito brutal”, afirmou à emissora o genro da idosa, Carlos Renato.
Maria da Glória era independente, e sempre que podia, pegava o transporte público para fazer cursos e ir ao teatro, e em algumas situações, chegou a reclamar com os familiares sobre a situação dos meios de transporte da cidade.
"Ela é cadeirante há bastante tempo, e ela já vinha sofrendo com isso, acredito que outros também. É ônibus que não para, porque vê que é cadeirante, ou para, e o acesso está quebrado e não abre. [...] Enfim, é muito difícil. Ela já reclamou muitas vezes, já teve muitas dificuldades. Infelizmente, agora, foi uma situação muito horrível. Ela voou praticamente do ônibus porque a porta abriu”, apontou o genro.
Outro caso em menos de uma semana
Maria não foi a única vítima do transporte público do Rio. Na última terça-feira, 3, Charles da Conceição morreu em uma situação semelhante: ele estava no ônibus da linha Troncal 7, conforme aponta a reportagem, e a porta se abriu em uma curta, o fazendo ser arremessado. O rapaz bateu a cabeça, chegou a ser socorrido, mas não resistiu.
O motorista do ônibus disse na delegacia que a porta estava com defeito, e a perícia confirmou o problema.
"É muito revoltante saber que a empresa não procurou a nossa família para dar um apoio, até mesmo um apoio de palavra. Não arcaram com nada, não ligaram para falar: 'olha, vocês estão precisando de uma água pra tomar?' Nada”, afirmou a irmã de Chales, Gláucia da Conceição.
Em nota enviada à TV Rio, a prefeitura informou que aplicará multa contratual de R$ 16 milhões aos consórcios Intersul e Transcarioca, envolvidos nos acidentes. Também prometeu que vai vistoriar toda a frota de ônibus da cidade, além de suspender o pagamento do subsídio aos ônibus da linha Troncal 7 e 783, até que sejam vistoriados e liberados. O caso é investigado pela Polícia Civil.