Impacto do tempo de tela na primeira infância

Estudo começou em 2020, focando em crianças que tinham três anos na época, e durou até 2022, o auge da pandemia

29 set 2024 - 20h49

Crianças expostas a maior tempo de tela na primeira infância têm maior dificuldade de lidar com as frustrações e se regular emocionalmente. Um estudo da universidade canadense, em colaboração com o psiquiatra brasileiro Pedro Pan, do Instituto Ame Sua Mente e da Universidade Federal de São Paulo, a Unifesp, apresentou essas relevantes conclusões.

A dificuldade de regulação emocional contribui para o aumento do uso de telas
A dificuldade de regulação emocional contribui para o aumento do uso de telas
Foto: depositphotos.com / speedo101 / Perfil Brasil

Em entrevista ao podcast Bem Estar, o psiquiatra discutiu como essa dinâmica cria um ciclo vicioso em crianças de até 4 anos e meio. A dificuldade de regulação emocional contribui para o aumento do uso de telas, o que interfere na saúde mental das crianças.

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Segundo Pedro Pan, o tempo de tela funciona como uma espécie de calmante digital para muitas crianças, substituindo interações interpessoais que são essenciais para o desenvolvimento cerebral. A falta dessas interações pode perpetuar problemas emocionais e comportamentais.

O estudo começou em 2020, focando em crianças que tinham três anos na época, e durou até 2022, o auge da pandemia. A pesquisa mostrou que as crises de raiva observadas por volta dos quatro anos e meio estavam frequentemente associadas ao maior uso de tablets quando as crianças tinham cerca de dois anos e meio.

Para mitigar os efeitos nocivos da exposição às telas, Pedro Pan aconselha que os pais utilizem a tecnologia junto com as crianças, em vez de deixá-las sozinhas com os dispositivos. Ele alerta que o excesso de telas nesta fase compromete o desenvolvimento cerebral ao não proporcionar estímulos importantes como o contato olho no olho e interações interpessoais.

Como reduzir os efeitos nocivos do tempo de tela?

  • Utilizar tecnologias juntamente com as crianças, promovendo um uso supervisionado e interativo.
  • Incentivar atividades que envolvam interações pessoais e estímulos cognitivos, como jogos físicos e leitura de livros.
  • Impor limites de tempo para o uso de dispositivos eletrônicos, respeitando as recomendações de especialistas em saúde infantil.
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