As manifestações de rua contra o presidente Jair Bolsonaro neste sábado, 3, tiveram repercussão internacional na imprensa. Jornais, agências de notícias e redes de televisão registraram a insatisfação dos manifestantes diante da gravidade da pandemia no Brasil e das denúncias de superfaturamento na compra da vacina indiana Covaxin, assim como a pressão pela abertura de um processo de impeachment.
O jornal britânico The Guardian publicou a notícia "Brasileiros saem às ruas para exigir a remoção de Jair Bolsonaro", destacando que os pedidos pela saída do presidente ganharam força após as suspeitas de corrupção na compra de vacinas contra a covid-19. A publicação informa que mais de 522 mil brasileiros já foram vítimas da doença e que a pandemia "continua longe de estar controlada" no País.
O norte-americano The New York Times cobriu as manifestações com a manchete "Escândalo de vacinas no Brasil ameaça Bolsonaro enquanto protestos se espalham". O jornal destaca os últimos acontecimentos da CPI da Covid e a investigação aberta no Supremo contra o presidente. "A indignação atraiu dezenas de milhares de brasileiros para protestar em várias cidades no sábado", informa a publicação.
A agência de notícias Associated Press também relacionou a mobilização popular com as suspeitas recentes sobre a compra da Covaxin em sua notícia "Corte autoriza investigação de Bolsonaro, que enfrenta protestos". Outra agência internacional, a Reuters, afirmou que os brasileiros pedem a saída de Bolsonaro e reclamam sobre a falta de vacinas, fato que contribui para o Brasil ser o segundo país com mais mortes por covid-19, atrás apenas dos Estados Unidos.
Ao noticiar as manifestações, a BBC comparou a gravidade da pandemia no Brasil com outros países da América Latina e lembrou que Bolsonaro é "duramente criticado por não implementar uma resposta nacional coordenada e pelo seu ceticismo em relação a vacinas, lockdowns e uso de máscaras". A rede de televisão Al Jazeera, a emissora alemã Deutsche Welle e o jornal argentino La Nación, entre outros veículos, também repercutiram os protestos.