A primeira-dama Janja da Silva não tem cargo no governo, mas seu envolvimento na cúpula do G20 foi além do convencional. Entre debates sobre segurança alimentar e fome, Janja desempenhou um papel central na definição do cardápio para os líderes mundiais reunidos no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro.
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"É ela quem acompanha os menus. Eu até prefiro que seja assim", declarou Morena Leite, chef responsável pelo preparo das refeições para cerca de 300 pessoas durante o evento, em entrevista à Folha de S.Paulo.
Morena, conhecida por comandar a rede Capim Santo e por seu trabalho com o Itamaraty, priorizou pratos que representassem a mesa brasileira e fossem acessíveis a paladares diversos. “Havia toda uma preocupação com os temas da cúpula, a fome, a segurança alimentar”, explicou.
A chef destacou ainda a presença de segurança internacional na cozinha. Representantes de Joe Biden e Recep Tayyip Erdogan realizaram testes de ingredientes, em uma prática digna de filmes de espionagem, garantindo que nada prejudicasse os presidentes. Apesar da rigidez, Morena descreveu uma troca cultural rica: “Ficamos trocando receitas. Eles tinham repertório, sabiam o que era moqueca, mandioca.”
O cardápio escolhido refletiu a brasilidade, com itens como bolinho de cacau vegano, barquinha de tapioca e castanhas. Para beber, café e água. "Era para ser bem acessível", enfatizou Morena. A chef descreve a experiência no G20 como um marco em sua carreira.