A deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) afirmou nesta segunda-feira, 24, ter o apoio do presidente Jair Bolsonaro para disputar a Prefeitura de São Paulo no ano que vem. Embora ainda não admita oficialmente sua candidatura, a parlamentar afirmou que o presidente "parece que está bastante simpático à ideia". "Eu disse para ele que eu sou soldado, o senhor falou eu estou indo. Então, vamos aguardar as orientações do presidente", disse.
Ao sair do encontro, Hasselmann disse a jornalistas que a conversa havia "começado em Brasília e terminado em São Paulo, com o assunto sobre a prefeitura. "O presidente está cheio de ideias. Foi só um assunto que surgiu ali e conversamos um pouco", disse. Desde que assumiu o mandato parlamentar, a deputada já sinalizava a intenção de disputar o pleito do ano que vem. Em entrevista ao Estado em fevereiro, ela afirmou que se a missão fosse dada por seu partido, o PSL, "não fugiria da raia".
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), é um dos principais padrinhos da deputada para a disputa. Mas ela deve enfrentar oposição dentro do seu partido, o PSL, se quiser seguir com o plano. Isso porque o atual presidente da sigla no Estado, o deputado Eduardo Bolsonaro (SP), o terceiro filho do presidente, rejeita uma aproximação com os tucanos e trabalha pela candidatura do apresentador José Luiz Datena. Em 2018, o apresentador chegou a se lançar ao Senado pelo DEM, mas neste ano negocia a filiação ao PSL.
Moro
Ela também afirmou que a presença do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, na Câmara, "vai ser mais do mesmo porque ele já respondeu a tudo".
Após ter falado por quase nove horas na semana passada a senadores, o ministro deveria comparecer a uma audiência conjunta de quatro comissões da Câmara nesta quarta, 26, para prestar esclarecimentos sobre os diálogos entre ele o procurador da República Deltan Dallagnol revelados pelo site The Intercept Brasil que sugerem atuação conjunta quando ele era juiz federal. Moro, no entanto, viajou para os Estados Unidos a trabalho e retornará apenas na quinta, 27.
"Ele já deu esclarecimentos no Senado e duvido que alguém tenha deixado passar alguma pergunta. Então, vai ser mais do mesmo. Do ponto de vista do cuidado com o tempo e com o trabalho do ministro, acho que é dispensável. Mas o Parlamento é o Parlamento, se a Câmara quiser que ele vá, ele vai prestar os esclarecimentos", disse.
De acordo com a vice-presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Bia Kicis (PSL-DF), Moro deverá ir à Câmara no dia 2 ou 3 de julho. Nos Estados Unidos, visita órgãos de segurança e inteligência dos americanos com o intuito de fortalecer operações integradas com o Brasil.
Hasselmann participou de um almoço no Palácio do Planalto com Bolsonaro, os ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Casa Civil, Oniy Lorenzoni, e os líderes do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), e da Câmara, major Vitor Hugo (PSL-GO), para tratar, dentre outros temas, dos encaminhamentos para a aprovação da reforma da Previdência.