Justiça da Venezuela ordena prisão de Leopoldo López

Condenado a quase 14 anos de detenção, opositor foi libertado de prisão domiciliar por militares que se rebelaram contra o governo de Maduro

2 mai 2019 - 17h50
(atualizado às 18h20)

Um tribunal de Caracas ordenou nesta quinta-feira (2) a prisão do opositor venezuelano Leopoldo López, que se refugiou na embaixada da Espanha depois de ter sido libertado da detenção domiciliar por militares que se rebelaram contra o governo de Nicolás Maduro.

Depois de ser solto, Leopoldo López apoiou Guaidó na tentativa de levante militar contra Maduro
Depois de ser solto, Leopoldo López apoiou Guaidó na tentativa de levante militar contra Maduro
Foto: DW / Deutsche Welle

"O tribunal decidiu emitir um mandado de prisão para os serviços de inteligência (Sebin), visando o cidadão Leopoldo López", anunciou Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) a decisão tomada por uma corte inferior.

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O TSJ afirmou que a corte emitiu a ordem por López ter violado os termos da sua detenção. O opositor, que apoiou a fracassada tentativa de levante militar contra Maduro, teve revogada a medida de prisão domiciliar.

A alta corte afirma que o opositor, preso desde 2014 e sentenciado a quase 14 anos, também violou "a medida referente à condição relativa a pronunciamentos políticos por meios [de comunicação] convencionais e não convencionais, nacionais e internacionais, demonstrando com isso a não sujeição às medidas".

O tribunal ordenou ainda que López continue cumprindo sua pena - da qual já cumpriu cinco anos, dois meses e 12 dias - na prisão militar de Ramo Verde, onde esteve recluso até meados de 2017.

O governo espanhol afirmou em comunicado que não tem intenção de entregar López. A Espanha disse ainda que confia que as autoridades venezuelanas respeitarão a inviolabilidade da embaixada.

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Condenado a uma pena de quase 14 anos em regime de prisão domiciliar por liderar protestos contra o governo em 2014, López foi libertado na terça-feira por militares, devido a "um indulto presidencial" do autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó.

O fundador e líder do partido Vontade Popular (VP) se entregou às autoridades venezuelanas em 18 de fevereiro de 2014, depois que um tribunal de Caracas ordenou a prisão por instigar a violência no papel de um dos organizadores de uma manifestação que havia sido realizada seis dias antes e terminou com três mortos e dezenas de feridos.

Ele foi transferido para uma prisão militar acusado dos crimes de incitação à desordem pública, associação para cometer um crime, danos matérias e incêndio. López acabou condenado em setembro de 2015 a 13 anos, nove meses, sete dias e 12 horas de prisão. Desde meados de 2017, López cumpria a pena em prisão domiciliar.

Após ser solto, ele se uniu a Guaidó que comandava o levante contra Maduro do lado de fora de uma da base da Força Aérea. Ao final do dia, López se refugiou com sua família na embaixada do Chile e mais tarde seguiu para a embaixada da Espanha.

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A esposa de López, Lilian Tintori, afirmou nesta quinta-feira que sua casa foi invadida e roubada por membros dos serviços de inteligência. Tintori está com o marido na embaixada espanhola em Caracas, onde foram amparados, embora não tenham solicitado asilo político.

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