Um Tribunal de Apelação na Suécia decidiu nesta sexta-feira (16) manter o mandado de prisão emitido em 2010 contra o fundador do portal Wikileaks, Julian Assange. Refugiado na embaixada do Equador em Londres desde 2012 para evitar sua extradição, ele responde por duas denúncias de estupro.
Assange, que nega as acusações sobre os supostos abusos, fez um novo pedido para que o mandado de prisão contra ele fosse removido após um painel da ONU considerar, em fevereiro, que sua permanência na embaixada do Equador equivale a uma detenção arbitrária. O painel sugeriu que ele fosse libertado e indenizado.
O tribunal sueco sustenta que o enorme interesse público no caso fez com que o mandado fosse mantido. Isso apesar do longo impasse e da passividade dos promotores em prosseguir com as investigações contra Assange serem argumentos favoráveis ao arquivamento da ordem de prisão, afirmou a corte.
"No momento, a detenção nos parece ser tanto eficaz quanto necessária para que as investigações possam prosseguir", diz a decisão.
Assange, de 45 anos, teme que uma possível extradição para a Suécia faça com que ele acabe sendo entregue às autoridades dos Estados Unidos. O Wikileaks é alvo de uma investigação criminal nos EUA por ter revelado documentos secretos de Washington sobre questões de segurança, além de comunicações diplomáticas, em 2010.
Autoridades equatorianas agendaram para o próximo dia 17 de outubro um interrogatório de Assange na embaixada do país em Londres. Segundo a promotoria sueca, o questionamento será conduzido por um promotor equatoriano.
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