O médico Leandro Boldrini, pai de Bernardo Boldrini, foi condenado a 31 anos e oito meses de prisão, nesta quinta-feira, 23, pela morte do filho de 11 anos, Bernardo, que foi assassinado em 2014, na cidade de Três Passos, no Rio Grande do Sul.
Boldrini foi condenado por homicídio quadruplamente qualificado e falsidade ideológica. Ele foi absolvido do crime de ocultação de cadáver. A sentença foi lida no ínicio da noite desta quinta pela juíza Sucilene Engler Werle, após quatro dias de julgamento. O médico, considerado como mentor intelectual do crime, ainda pode recorrer da sentença.
Este é o segundo julgamento do pai de Bernardo. Em 2019, ele foi condenado pelo assassinato do filho, mas a decisão foi anulada dois anos depois pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, que aceitou a alegação de que o réu não teve o seu direito ao silêncio respeitado durante o julgamento.
Leandro Boldrini está preso desde 2014 pelo crime. Ele deverá cumprir mais oito anos de sentença em regime fechado. Depois, poderá passar para o regime semiaberto.
Relembre o caso
Bernardo Boldrini, de 11 anos, foi assassinado em 2014, após receber uma superdosagem de sedativo. Além de Leandro Boldrini, também foram condenados pelo crime a madrasta do menino, Graciele Ugulin, a amiga dela Edelvânia Wirganovicz e o irmão da amiga, Evandro Wirganovicz. Todos os julgamentos foram realizados em 2019.
O corpo de Bernardo foi encontrado dez dias depois após o seu desaparecimento, em 4 de abril de 2014, dentro de um saco, enterrado às margens do rio Mico, na cidade de Frederico Westphalen, no Rio Grande do Sul.
As investigações apontaram que a motivação do crime era a vontade de Leandro e Graciele de não dividir com Bernardo a herança deixada pela mãe dela, Odilaine, falecida em 2010, além de o considerarem um estorvo para o novo núcleo familiar.