Justiça torna réu médico acusado de deixar paciente cega após lipo

A paciente é uma executiva iraniana, que realizou a cirurgia em São Paulo e relatou ter parado de enxergar no pós-operatório

23 set 2022 - 17h28
Médico cirurgião plástico Renato Tatagiba
Médico cirurgião plástico Renato Tatagiba
Foto: Divulgação/Renato Tatagiba

O médico Renato Tatagiba se tornou réu pelo crime de lesão corporal após a Justiça de São Paulo aceitar denúncia do Ministério Público (MP). Ele é acusado de deixar uma paciente iraniana cega após uma cirurgia de abdominoplastia e lipoescultura ocorrida em 30 de abril de 2021. A defesa do médico nega as acusações, e ele deve responder em liberdade.

Renato Tatagiba responde ao processo em liberdade. Em nota enviada ao Terra, o Ministério Público de São Paulo informou que a denúncia foi oferecida pelo MPSP e o caso tramita sob segredo.

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De acordo com uma reportagem do Fantástico, da TV Globo, a paciente Shirin Saraeian, de 41 anos, sofreu uma neuropatia óptica isquêmica, lesão que afeta os nervos ópticos causada pela obstrução do suprimento de sangue, e o quadro é irreversível. Ela ficou sem a visão total do olho esquerdo e parcial do direito.

A iraniana, naturalizada brasileira, pagou o valor de R$ 60 mil pela cirurgia, sendo R$ 20 mil apenas para pagar os honorários do médico. A cirurgia aconteceu no Hospital Saint Peter, na Vila Clementino, em São Paulo, e ela teve alta no dia 1º de maio de 2021.

Os advogados de Shirin pediram ao MP a instauração de um inquérito policial para investigar o caso no ano passado. Em conversas por aplicativo entre a paciente e o médico no pós-operatório, ela tentou entrar em contato diversas vezes relatando que estaria perdendo a visão, mas as respostas vieram tarde demais. O advogado de Shirin alega que a conduta pode configurar omissão de socorro.

Ao Fantástico, Renato Tatagiba disse que seguiu as recomendações ao dar alta para a paciente. "Eu vou provar que eu agi exatamente dentro dos parâmetros normais, do que se preza a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e o Conselho Federal de Medicina. Tanto que os parâmetros estavam normais durante a alta".

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No prontuário da paciente, peritos analisaram que foram apresentadas alterações importantes de sinais vitais, que não poderiam ter sido ignoradas pelo médico.

Fonte: Redação Terra
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