O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, rejeitou o pedido do delegado Rivaldo Barbosa para desbloquear suas duas contas-salários. Barbosa, que atuou como chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, foi detido pela Polícia Federal (PF) sob a acusação de suposto envolvimento no planejamento dos homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes.
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Segundo a PF, ele teria contribuído para proteger o deputado federal Chiquinho Brazão e o conselheiro do Tribunal de Contas Domingos Brazão, apontados como mandantes dos crimes, além de supostamente interferir nas investigações conduzidas pela delegacia de homicídios na época. As informações são do jornal O Globo.
Barbosa recebe cerca de R$ 32 mil líquidos por mês da Polícia Civil e aproximadamente R$ 4 mil como professor em uma universidade particular. Na mesma decisão, Moraes negou o pedido da defesa de Barbosa para alterar o horário de recolhimento domiciliar de sua esposa, Érika Andrade de Almeida Araújo. Ela é investigada por suposta participação em organização criminosa e corrupção passiva, sendo apontada pela PF como responsável por empresas que teriam lavado dinheiro proveniente de atividades supostamente ilegais praticadas pelo marido.
Na decisão, o ministro argumentou que as medidas cautelares impostas ao casal devem ser mantidas para assegurar a obtenção de provas durante a investigação, sem interferência na ação penal. Ele afirmou que esse posicionamento foi adotado por ele em pelo menos outros seis casos no ano anterior.
“Não existe motivo, portanto, para a modificação das medidas cautelares impostas, sequer provisoriamente, pois inalterados os requisitos fáticos que motivaram a sua imposição. Não se constata a situação extraordinária a justificar a flexibilização”, escreveu.
Há aproximadamente duas semanas, Barbosa e os irmãos Brazão foram alvos de mandados de busca e apreensão executados pela PF. Os três foram transferidos para diferentes presídios federais. Já Érika teve um mandado de busca e apreensão cumprido contra ela.
Os investigados foram mencionados em um acordo de delação premiada assinado pela PF, pela Procuradoria-Geral da República e Ronnie Lessa --ex-PM que está preso desde 2019 sob a acusação de ser o executor dos homicídios de Marielle e Anderson.