Lira apoia limitação da delação premiada e esclarece urgência de projeto

Discussão será baseada em proposta de 2023, não em texto antigo do ex-deputado Wadih Damous (PT-RJ); críticos argumentam que ele busca apoio do PL, já que Bolsonaro é alvo de uma acusação de Mauro Cid

7 jun 2024 - 10h33

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, afirmou ao blog da Julia Duailibi, do g1, que é favorável à limitação da delação premiada. Ele disse que "todo mundo defende" o tema, numa referência ao apoio que o assunto teria na Câmara e no Judiciário.

Lira apoia limitação da delação premiada e esclarece urgência de projeto
Lira apoia limitação da delação premiada e esclarece urgência de projeto
Foto: Lula Marques/ Agência Brasil / Perfil Brasil

No entanto, Lira ressaltou que o pedido de urgência para discussão do tema não foi para o projeto do ex-deputado Wadih Damous (PT-RJ), de 2016, mas para o de Luciano Amaral (PV-AL), de 2023.

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Segundo Lira, pelo fato do projeto de Damous ser mais antigo, todos outros foram "apensados" a ele. Por isso, a discussão será feita a partir do projeto de Amaral. "O dele (Damous) é tão ruim que seria rejeitado", afirmou o presidente da Câmara.

As duas propostas buscam restringir a delação de réus que estão presos, porém a de Damous vai além e chega a pedir a criminalização de quem divulgar a delação.

Oportunismo?

Em entrevista ao Estúdio i, da GloboNews, Damous expressou surpresa com a urgência do projeto, apontando "oportunismo" na questão.

"Gostaria muito de perguntar ao meu ex-colega de Câmara, deputado Arthur Lira, que virtudes ele vê nesse projeto hoje que ele não viu há quase 10 anos. Eu defendo o mérito do projeto, mas não há cabimento emprestar regime de urgência. Qual é a urgência de um projeto que estava engavetado há quase 10 anos?", afirmou.

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Críticos argumentam que Lira busca apoio do PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, que agora tem interesse em restringir delações, especialmente porque Bolsonaro é alvo de uma delação de Mauro Cid.

Lira, no entanto, afirmou ser defensor do tema desde as "Dez medidas contra a corrupção" em 2016 e que a urgência não está relacionada à eleição para a Presidência da Câmara. Segundo ele, a inclusão do projeto na pauta foi solicitada pelos líderes, não sendo ideia dele.

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