Lula admite resistência da Argentina com relação a acordo comercial Mercosul-UE

O presidente deu declarações a respeito da longa negociação envolvendo os dois blocos comerciais em visita à Alemanha

5 dez 2023 - 07h49
(atualizado às 07h55)

O presidente Lula admitiu, nesta segunda-feira (4), que houve resistência do presidente da Argentina, Alberto Fernández, ao avanço do acordo entre o Mercosul e a União Europeia. A parceria, discutida já há 23 anos, iria criar a maior área de livre comércio do mundo, porém enfrenta resistências de países de ambos os blocos para enfim ser validada.

O presidente Lula se encontra com o chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz
O presidente Lula se encontra com o chanceler federal da Alemanha, Olaf Scholz
Foto: Ricardo Stuckert/PR / Perfil Brasil

Lula afirmou, que por parte do Mercosul, o governos argentino têm resistências em determinados pontos do acordo, mas o mais grave teria sido a eleição na Argentina, com a vitória do líder de ultradireita Javier Milei e a derrota de Sergio Massa, candidato apoiado pelo atual presidente Alberto Fernández, que é amigo do mandatário brasileiro.

Publicidade

"Eu não sei se ele [Fernández] não quer assinar porque ele perdeu as eleições e quer que o outro [Milei] assine. Eu acho que ele não vai levar ao outro porque me parece que eles não se 'bicam', então eu vou para lá [ao Rio de Janeiro para o encontro do Mercosul] na tentativa de convencer que a gente faça o acordo", disse Lula durante encontro com empresários na capital alemã.

O presidente comparou os argentinos aos franceses ao dizer que ambos são pontos de resistência ao acordo nos seus respectivos blocos. "É importante lembrar que nós nunca conseguimos fazer o acordo porque aqui na Europa vocês têm também uma Argentina", disse Lula arrancando risos da plateia de empresários.

Lula disse que não conseguiu fazer o acordo com diversos ex-presidentes franceses, como Jacques Chirac, Nicolas Sarkozy e François Hollande. "E agora não estou conseguindo fazer acordo com o nosso amigo Macron, a não ser que o chanceler [Olaf Scholz] utilize todo o seu charme para tentar fazer o Macron abrir seu coração e fazer o acordo", afirmou.

O presidente brasileiro está em visita oficial à Alemanha, depois de ter participado das reuniões iniciais da COP 28, nos Emirados árabes Unidos.

Publicidade
Fique por dentro das principais notícias
Ativar notificações