O presidente Lula admitiu, nesta segunda-feira (4), que houve resistência do presidente da Argentina, Alberto Fernández, ao avanço do acordo entre o Mercosul e a União Europeia. A parceria, discutida já há 23 anos, iria criar a maior área de livre comércio do mundo, porém enfrenta resistências de países de ambos os blocos para enfim ser validada.
Lula afirmou, que por parte do Mercosul, o governos argentino têm resistências em determinados pontos do acordo, mas o mais grave teria sido a eleição na Argentina, com a vitória do líder de ultradireita Javier Milei e a derrota de Sergio Massa, candidato apoiado pelo atual presidente Alberto Fernández, que é amigo do mandatário brasileiro.
"Eu não sei se ele [Fernández] não quer assinar porque ele perdeu as eleições e quer que o outro [Milei] assine. Eu acho que ele não vai levar ao outro porque me parece que eles não se 'bicam', então eu vou para lá [ao Rio de Janeiro para o encontro do Mercosul] na tentativa de convencer que a gente faça o acordo", disse Lula durante encontro com empresários na capital alemã.
O presidente comparou os argentinos aos franceses ao dizer que ambos são pontos de resistência ao acordo nos seus respectivos blocos. "É importante lembrar que nós nunca conseguimos fazer o acordo porque aqui na Europa vocês têm também uma Argentina", disse Lula arrancando risos da plateia de empresários.
Lula disse que não conseguiu fazer o acordo com diversos ex-presidentes franceses, como Jacques Chirac, Nicolas Sarkozy e François Hollande. "E agora não estou conseguindo fazer acordo com o nosso amigo Macron, a não ser que o chanceler [Olaf Scholz] utilize todo o seu charme para tentar fazer o Macron abrir seu coração e fazer o acordo", afirmou.
O presidente brasileiro está em visita oficial à Alemanha, depois de ter participado das reuniões iniciais da COP 28, nos Emirados árabes Unidos.
Compartilhamos o mesmo planeta. Obrigado pelo apoio @Bundeskanzler na parceria entre nossos países. 🇧🇷🇩🇪 https://t.co/pPRIKE519E
— Lula (@LulaOficial) December 4, 2023