"Lula é carta fora do baralho" para 2022, diz Bolsonaro

Presidente diz que petista, condenado duas vezes na Operação Lava Jato, não irá 'disputar as eleições' e não é 'cabo eleitoral para mais ninguém'

23 dez 2019 - 12h43
(atualizado às 13h13)
Foto: Mateus Bonomi/Agif / Estadão Conteúdo

O presidente Jair Bolsonaro disse em entrevista ao programa Poder em Foco, do SBT, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é "carta fora do baralho" para as eleições de 2022.

"Olha, o Lula, mesmo que ele não vá à prisão e continue em liberdade, já está condenado em 2ª instância. Não vai disputar as eleições. Ele não é cabo eleitoral para mais ninguém. Quando eu andava pelo Brasil na pré-campanha, era recebido nos aeroportos por milhares de pessoas. A imprensa não noticiava isso. O Lula agora, nas suas poucas andanças pelo Brasil, é criticado, é vaiado. Então, eu acredito que o Lula já é uma carta fora do baralho", afirmou o presidente.

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Lula foi condenado duas vezes em segunda instância pelo Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) nos casos do triplex do Guarujá e do sítio de Atibaia. O petista tentou ser candidato no ano passado, mas foi barrado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com base na lei da Ficha Limpa. Seu substituto, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, foi o segundo colocado na disputa e obteve 47 milhões de votos adotando a estratégia de colar seu nome ao do ex-presidente.

Na mesma entrevista, Bolsonaro negou que tenha agido contra a liberdade de imprensa e disse que vai vetar a lei aprovada recentemente pelo Congresso que triplica a pena por calúnia na internet. "Mais do que falar são seus atos. Em algum momento eu propus algum controle social da mídia, como o PT fez no passado? Foi aprovado há poucos dias triplicar a pena para quem comete crime de calúnia, difamação e injúria nas mídias sociais. Triplicar! (Terá) veto da minha parte".

Durante o primeiro ano de governo, Bolsonaro fez reiterados ataques a veículos de comunicação, proferiu ofensas, compartilhou mentiras contra jornalistas, ameaçou cortar assinaturas de órgãos de imprensa e editou uma Medida Provisória que desobriga empresas a publicar seus balanços anuais em jornais com o objetivo declarado de afetar financeiramente a imprensa.

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O veto à lei que aumenta a pena para quem publica calúnias na internet, que tem como objetivo inibir a distribuição de mentiras nas redes sociais, as chamadas fake news, é um pleito da base bolsonarista. Eles alegam que a medida afeta a liberdade de expressão.

Questionado sobre a criação de um imposto sobre transações financeiras nos moldes da extinta CPMF, Bolsonaro não negou mas tentou evitar o tema. "Isso tem de ser muito bem discutido com a sociedade, acalmando a sociedade. Se não, nem se toca nesse assunto para evitar ter uma manchete no Natal de que eu quero recriar a CPMF. Isso não é verdade", disse o presidente.

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