Lula tem microfone cortado após estourar tempo em discurso na ONU

O presidente brasileiro cobra que o Conselho de Segurança passe a incluir países em desenvolvimento e potências globais que foram excluídas ao perderem a Segunda Guerra Mundial

22 set 2024 - 14h29

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) teve o microfone cortado pouco antes do fim de seu discurso na abertura da Cúpula do Futuro da Organização das Nações Unidas (ONU). O evento aconteceu em Nova York, neste domingo (22).

Lula em discurso na ONU
Lula em discurso na ONU
Foto: Reprodução / Perfil Brasil

"As instituições de Bretton-Woods [FMI e Banco Mundial] desconsideram as prioridades e as necessidades do mundo em desenvolvimento. O Sul Global não está representado de forma condizente com o seu atual peso político e econômico e democrático", disse Lula antes de estourar o tempo e ter o microfone cortado.

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Lula na ONU

Lula chegou aos Estados Unidos no sábado (21) e permanecerá no país por cinco dias. O brasileiro criticou a falta de reformas estruturais em organizações internacionais, incluindo a ONU. Ele defendeu mudanças na governança global, destacando que crises recentes, como a pandemia, conflitos regionais e mudanças climáticas, acabam expondo as limitações das instâncias multilaterais.

Para Lula, organismos como a Assembleia Geral e o Conselho Econômico e Social estão esvaziados, enquanto o Conselho de Segurança da ONU perde legitimidade ao aplicar duplos padrões ou se omitir diante de atrocidades. Assim, desde seu primeiro mandato em 2003, Lula cobra inclusão de países em desenvolvimento no Conselho de Segurança que, segundo ele, não representa o atual peso político e econômico global.

Por que é importante a reforma da ONU?

A reforma da ONU é crucial para garantir maior representatividade e eficácia nas tomadas de decisões globais. Atualmente, o Conselho de Segurança é composto por membros permanentes que possuem poder de veto, o que frequentemente paralisa ações frente a conflitos globais. Esse cenário incentiva a reforma para que países como Brasil, Alemanha, Japão e Índia - conhecidos como "G4" - possam ter voz ativa nesses espaços.

  • Brasil, Alemanha, Japão e Índia pleiteiam novas vagas no Conselho de Segurança.
  • O Conselho de Segurança é criticado por sua inação em face de guerras envolvendo seus membros.
  • As instituições de Bretton-Woods como FMI e Banco Mundial também precisam ser reformadas para incluir as prioridades do mundo em desenvolvimento.
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