O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que vai viajar a Roraima no sábado, 21, para oferecer o apoio do governo federal diante do quadro de desnutrição de crianças yanomami.
"Recebemos informações sobre a absurda situação de desnutrição de crianças yanomami em Roraima. Amanhã viajarei ao Estado para oferecer o suporte do governo federal e, junto com nossos ministros, atuaremos pela garantia da vida de crianças yanomami", tuitou Lula nesta sexta-feira, 20.
Um dos integrantes da comitiva presidencial na viagem a Roraima, o ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, disse que, por meio de um decreto, o governo está estabelecendo um conjunto de ações integradas de apoio aos indígenas do território para dar conta do problema muito grave de saúde e de desnutrição.
"O objetivo é tratar de forma emergencial aquilo que necessita de atenção emergencial e integrada com Estado, municípios, entidades, a presença das Forças Armadas e do Ministério da Justiça e Segurança, mas também um plano que possa garantir as condições de qualidade de vida e dignidade para os povos indígenas assim como para a população de Roraima e do Brasil", afirmou Dias, em fala distribuída por sua assessoria.
A decisão da viagem de Lula a Roraima ocorre no dia em que foi publicada uma reportagem pelo Sumaúma com base em dados exclusivos segundo os quais, durante o governo Jair Bolsonaro, o número de mortes de crianças com menos de 5 anos por causas evitáveis aumentou 29% na Terra Yanomami.
Foram 570 pequenos indígenas mortos nos últimos 4 anos por doenças que têm tratamento.
Também no Twitter, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, disse que vai visitar a Terra Yanomami a pedido de Lula.
"Nossos parentes yanomami enfrentam uma crise humanitária e sanitária. É inadmissível ver nossos parentes morrerem de desnutrição e fome", afirmou na rede social.
Procurada pela Reuters, a Secretaria de Comunicação Social (Secom) da Presidência disse ainda não ter detalhes específicos sobre a viagem de Lula no sábado.
A ida a Roraima ocorre na véspera da primeira viagem internacional do presidente após tomar posse, quando visitará a Argentina e o Uruguai.