Nesta quinta-feira (27), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou o diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, chamando-o de "menino de ouro" e destacando que ele possui "todas as condições" para se tornar o próximo presidente da instituição. A declaração foi dada durante uma entrevista à Rádio Itatiaia, de Minas Gerais, onde Lula cumpre agenda.
Apesar dos elogios, Lula afirmou que ainda não definiu quem será indicado para a presidência do Banco Central. Ele pretende discutir a escolha com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e outros senadores antes de tomar a decisão sobre o sucessor de Roberto Campos Neto.
"O Galípolo é um menino de ouro, se tem um menino de ouro é o Galípolo, competentíssimo, de uma honestidade ímpar, então, obviamente que ele tem todas as condições para ser presidente do BC, mas eu nunca conversei com ele [sobre isso]", disse Lula.
Escolha do novo presidente do Banco Central
O mandato de Roberto Campos Neto à frente do Banco Central termina no final deste ano, cabendo a Lula a responsabilidade de indicar o próximo presidente, cujo nome deverá ser aprovado pelo Senado Federal. Lula enfatizou a importância de escolher um presidente digno para o Banco Central.
"Pretendo indicar um presidente do BC que seja digno, vou indicar na hora que eu tiver, vou conversar com o presidente do Senado. Não quero indicar uma pessoa pra ficar sendo alvo de tiroteio", declarou.
ENTREVISTA EXCLUSIVA | "Eu vou indicar uma pessoa que tenha compromisso com o povo brasileiro", afirma o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre quem será o nome que vai indicar para o cargo de presidente do Banco Central. Confira! pic.twitter.com/If5lOccCFU
— Itatiaia (@itatiaia) June 27, 2024
Críticas ao atual presidente do BC
Durante a entrevista, Lula não poupou críticas ao atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a quem chamou de "cidadão" e acusou de seguir um "caminho equivocado". O petista considerou um "absurdo" ter que governar por dois anos com um presidente do BC indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
"O Banco Central tem autonomia, o cidadão tem mandato, veja que absurdo, eu ganhei as eleições para a presidência da República e vou ficar dois anos com um presidente do BC indicado pelo adversário, que pensa ideologicamente diferente de mim, que pensa economicamente diferente de mim", afirmou Lula.
A lei que concedeu autonomia ao Banco Central estabeleceu mandatos de quatro anos para seus presidentes, não coincidentes com os mandatos do presidente da República. Por isso, nos primeiros dois anos do governo Lula, o Banco Central foi presidido por um indicado de Jair Bolsonaro.