Macron defende suspensão de entregas de armas para Israel

5 out 2024 - 13h52

Presidente francês defendeu uma paralisação no envios de armas usadas no conflito em Gaza e alertou ainda que "Líbano não pode se tornar outra Gaza".O presidente francês Emmanuel Macron defendeu neste sábado (05/10) o fim do fornecimento de armas a Israel para uso no conflito na Faixa de Gaza.

"Penso que o povo libanês não deve ser sacrificado e que o Líbano não se deve tornar numa nova Gaza", disse Macron.
"Penso que o povo libanês não deve ser sacrificado e que o Líbano não se deve tornar numa nova Gaza", disse Macron.
Foto: DW / Deutsche Welle

"Penso que, agora, a prioridade é voltarmos a uma solução política, deixar de fornecer armas para serem utilizadas nos combates em Gaza. A França não está fornecendo armas. E agora a nossa prioridade é também evitar uma escalada [do conflito]", disse Macron.

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A França não consta entre os grandes fornecedores de armas para Israel. Em 2023, o país o valor em equipamentos militares exportados para o país somou apenas US$ 33 milhões no ano passado, de acordo com o relatório anual de exportações de armas do Ministério da Defesa.

A vizinha Alemanha, em contraste, exportou US$ 359 milhões no mesmo período. Já os EUA respondem por cerca de US$ 3 bilhões anuais em armas para Israel.

Nos últimos meses, países como Espanha, Bélgica e Itália suspenderam exportações para Israel, enquanto o Canadá e o Reino Unido limitaram a venda de certas armas.

Segundo Ministério da Saúde de Gaza, ligado ao grupo Hamas, mais de 40 mmil palestinos já morreram em Gaza desde o início do conflito, em 7 de outubro de 2023, que foi desencadeado por uma ofensiva terrorista do grupo radical islâmico, que deixou cerca de 1.200 mortos em Israel.

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Apelo por solução diplomática

As declarações de Macron foram feitas durante um programa na rádio France Inter. A entrevista foi gravada em 1° de outubro.

Na mesma entrevista, o presidente Macron ainda lamentou que a situação em Gaza não tenha mudado, apesar de todos os esforços diplomáticos feitos para negociar um cessar-fogo."Acho que não estamos sendo ouvidos. Já o disse ao primeiro-ministro [Benjamin] Netanyahu e penso que é um erro, inclusive para a segurança de Israel no futuro", disse.

Macron ainda expressou reprovação em relação àofensiva terrestre lançada por Israel nesta semana contra o grupo Hezbollah no Líbano, que já deixou centenas de mortos no país vizinho e que tem resultado em intensos bombardeios israelenses a Beirute.

"Penso que o povo libanês não deve ser sacrificado e que o Líbano não se deve tornar numa nova Gaza", disse Macron.

Ainda neste sábado, milhares de manifestantes saíram às ruas em Paris para exigir um boicote a Israel por parte do governo francês e um cessar-fogo imediato em Gaza.

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Com o mote "Acabar com o genocídio em Gaza", milhares de pessoas se reuniram partir das 14h (9h em Brasília) na Place de la République entoando frases como: "Palestina livre"" e "Israel assassino, Macron cúmplice".

jps (AFP, RFI, ots)

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