Maduro assume 3º mandato com promessa de 'garantir soberania' da Venezuela

10 jan 2025 - 15h41

Em uma cerimônia realizada na Assembleia Nacional, em Caracas, Nicolás Maduro foi empossado nesta sexta-feira (10) para seu terceiro mandato presidencial. O evento foi presidido pelo deputado chavista Jorge Rodríguez e ocorre após uma eleição marcada por acusações de fraude, repressão à oposição e questionamentos da comunidade internacional.

Nicolás Maduro faz juramento durante cerimônia de posse para terceiro mandato à Presidência da Venezuela
Nicolás Maduro faz juramento durante cerimônia de posse para terceiro mandato à Presidência da Venezuela
Foto: Reprodução / Perfil Brasil

Apesar das críticas, Maduro utilizou seu discurso de posse para defender o regime e atacar opositores, reafirmando que "ninguém impõe um presidente à Venezuela". O presidente venezuelano também chamou o líder argentino, Javier Milei, de "sádico social", respondendo às críticas de Milei sobre a gestão chavista.

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Maduro ou González: quem venceu as eleições?

As eleições presidenciais da Venezuela, realizadas em 28 de julho de 2024, foram fortemente contestadas. Antes mesmo do pleito, o governo de Maduro tomou medidas que dificultaram a participação da oposição, incluindo a desqualificação da candidatura de María Corina Machado, uma das principais líderes contrárias ao chavismo.

Com sua exclusão, Edmundo González Urrutia emergiu como candidato surpresa, conseguindo registrar sua candidatura pouco antes do prazo final. Após as eleições, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) anunciou a vitória de Maduro com pouco mais de 50% dos votos. A oposição, por outro lado, alegou que González venceu com ampla margem, com base em atas eleitorais coletadas independentemente.

A divergência sobre os resultados desencadeou uma onda de repressão no país, com mortes e prisões. González foi forçado a se exilar na Espanha, enquanto María Corina permanece em local desconhecido dentro da Venezuela.

Brics e a política externa venezuelana

Em sua fala de posse, Maduro também abordou a relação da Venezuela com o bloco econômico Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). "A Venezuela já é do Brics desde que Bolívar triunfou em Junín", afirmou, referindo-se à histórica batalha liderada pelo herói da independência.

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Embora Maduro tente aproximar seu país do grupo, a Venezuela segue fora da lista de novos integrantes. A relação do presidente venezuelano com o governo brasileiro, liderado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tem enfrentado tensões desde as recentes eleições, repletas de suspeitas de manipulação.

A oposição continua denunciando o pleito como fraudulento, e as suspeitas cresceram quando o governo de Maduro revogou convites a observadores internacionais e impôs restrições à atuação de fiscais eleitorais.

O cenário político venezuelano permanece incerto, enquanto o terceiro mandato de Maduro começa sob o peso de denúncias internas e pressão externa.

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