Maduro defende eleição controversa e oposição se divide na Venezuela

17 out 2017 - 18h30

O presidente Nicolás Maduro defendeu o "seguro" sistema eleitoral da Venezuela nesta terça-feira, conforme oponentes lutaram para apresentar uma frente unida sobre acusações de fraude em uma votação nacional vencida com facilidade pelos socialistas governistas.

 Maduro, durante entrevista no Palácio Miraflores em Caracas
 17/10/2017 REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
Maduro, durante entrevista no Palácio Miraflores em Caracas 17/10/2017 REUTERS/Carlos Garcia Rawlins
Foto: Reuters

Apesar de ira por causa de uma intensa crise econômica, o Partido Socialista surpreendeu pesquisas de opinião ao eleger 17 de 23 governadores na eleição de domingo.

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Chocado pela derrota surpresa que prejudica seu objetivo de vencer a Presidência em 2018, a coalizão da oposição Unidade Democrática se recusou a reconhecer os resultados e vários líderes chamaram a eleição de forjada, à exemplo dos Estados Unidos.

Embora tenha se queixado de um campo injusto -de abusos de recursos estatais a alteração no último minuto de estações de voto para longe de redutos da oposição-, a coalizão da oposição não forneceu evidências detalhadas de manipulação de cédulas.

Algumas figuras da oposição reconheceram que a ausência de seus apoiadores, desiludidos pelo fracasso de protestos nas ruas para derrubar Maduro anteriormente neste ano, foi um grande fator.

Dois candidatos perdedores da oposição, Henri Falcon, do Estado de Lara, e Alejandro Feo La Cruz, de Carabobo, reconheceram derrota, rompendo com a posição oficial da coalizão.

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Ambos criticaram "irregularidades" na votação, mas também lamentaram que muitos apoiadores da oposição ficaram em casa.

"Nós perdemos, digo isto com responsabilidade", afirmou Falcon. "Nós precisamos de coragem para reconhecer a verdade na adversidade."

A crítica estrangeira mais forte sobre a votação de domingo veio de Washington, que criticou a "autoritária ditadura" de Maduro. Diversos países europeus também expressaram preocupação sobre o processo democrático no país, enquanto 12 países das Américas do chamado Grupo de Lima condenaram "obstáculos, intimidação, manipulação e irregularidades".

Os EUA consideram mais sanções sobre a Venezuela, após várias medidas contra autoridades de alto escalão e a economia anteriormente neste ano. A União Europeia também pondera sobre a possibilidade.

Líderes do governo criticaram as acusações de fraude.

"O sistema eleitoral da Venezuela é o mais seguro e mais auditado no mundo... ninguém pode cometer fraude", disse Maduro a repórteres nesta terça-feira. "Presidente Donald Trump, eu não sou um ditador, não sou um rico magnata, eu sou um humilde trabalhador."

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O líder venezuelano convidou a chefe de política externa da União Europeia, Federica Mogherini, para visitar o país ou recebê-lo em Bruxelas para "abrir os olhos" e disse para o "estúpido" Canadá parar de se intrometer.

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