Os carros eletrificados têm ganhado destaque nos últimos anos, especialmente por suas vantagens ambientais e econômicas. No Brasil, a transição para essa forma de mobilidade está em curso e promete mudanças significativas na indústria automotiva.
Um estudo recente realizado com CEOs e líderes de montadoras, juntamente com a opinião de milhares de consumidores, apontou que a categoria de carros eletrificados — sejam eles totalmente elétricos ou híbridos — deverá representar cerca de 13% das vendas no próximo ano.
Quais são os tipos de carros híbridos?
Antes de entrar nos detalhes da evolução do mercado, é importante entender os diferentes tipos de sistemas híbridos disponíveis:
- Híbrido leve (MHEV): Utiliza uma bateria para dar suporte ao motor durante arrancadas e para operar sistemas elétricos como o ar-condicionado, resultando em economia de combustível. Com ele, é possível atingir cerca de 13 km por litro.
- Híbrido pleno (HEV): Equipados com motores elétricos maiores, esses veículos podem tracionar as rodas com eletricidade, apresentando consumo de combustível próximo a 20 km por litro.
- Híbrido plug-in (PHEV): Esses modelos possuem baterias maiores que permitem rodar em modo 100% elétrico por distâncias entre 30 e 120 km. Ao alternar para o modo híbrido, podem alcançar consumo superior a 40 km por litro. É necessário recarregá-los em eletropostos para maximizar a eficiência.
Como está a divisão do mercado?
A Anfavea prevê um crescimento contínuo dos carros eletrificados, ainda que os veículos a combustão interna continuem a dominar as ruas até 2040. As previsões de mercado para 2040 apontam a seguinte distribuição de veículos:
- Motor flex (etanol e gasolina): 40%
- Motor totalmente elétrico: 9%
- Híbrido leve: 8%
- Híbrido pleno: 7%
- Motor somente a gasolina: 3%
- Motor somente a diesel: 3%
- Híbrido plug-in: 2%
Desafios para o crescimento dos carros eletrificados
Um dos principais desafios para a expansão dos carros eletrificados no Brasil é a infraestrutura de recarga. Atualmente, o país conta com apenas 4.230 pontos de recarga públicos, sendo que 1.121 estão concentrados no estado de São Paulo. Isso significa que há cerca de 18 carros elétricos para cada ponto de recarga disponível.
Segundo Luiz Carlos Moraes, vice-presidente da Anfavea, "a infraestrutura de recarga no Brasil ainda é um grande desafio. Hoje, cerca de 90% dos proprietários de carros elétricos recarregam seus veículos em casa. No entanto, a indústria está desenvolvendo tecnologias de recarga rápida e baterias maiores para aumentar a segurança e confiança dos consumidores".
Produção interna de carros elétricos
Outro ponto crucial é a produção interna de veículos elétricos. Atualmente, o Brasil não possui uma grande fábrica dedicada à produção desses carros. Cláudio Sahad, presidente do Sindipeças, menciona que, mesmo com a instalação de uma fábrica, será necessário aproximadamente dois anos para atingir a plena capacidade de produção.
Por outro lado, a produção de ônibus elétricos já apresenta resultados positivos, com empresas como BYD e Mercedes-Benz fabricando ônibus elétricos em cidades como Campinas (SP) e São Bernardo do Campo (SP). Contudo, a produção de ônibus ainda é muito inferior ao volume esperado para carros elétricos.
