O tenente-coronel Mauro Cid decidiu confessar que o ex-presidente Jair Bolsonaro mandou que ele vendesse as joias dadas de presente pela Arábia Saudita ao governo brasileiro. Cid era o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. A decisão indica uma reviravolta na estratégia de defesa do militar no caso das joias.
A informação foi inicialmente publicada pela Revista Veja e confirmada com o advogado Cezar Bitencourt. "Eu só digo uma coisa: Mauro Cid é inocente", afirmou. "É evidente que Bolsonaro é quem deu a ordem. Cid, como um militar disciplinado, seguiu ordens", acrescentou o advogado.
De acordo com a defesa, o ex-presidente teria dito "resolve lá" para Mauro Cid negociar a venda de joias e relógios. Bitencourt assumiu a defesa de Cid nessa terça-feira (15) a pedido da família do tenente-coronel. O criminalista é o terceiro advogado a representá-lo no caso.
De acordo com a nova versão que será apresentada por Mauro Cid, Bolsonaro teria pedido para o auxiliar resolver a venda das joias. O dinheiro da comercialização teria sido repassado a Bolsonaro em espécie, para não deixar rastro.
Após reunião de Cid com seu novo advogado, o militar foi aconselhado a abrir o jogo em razão do conjunto de provas reunidas até o momento pela investigação feita pela Polícia Federal (PF) e também pela possibilidade de ser o maior responsabilizado.
O advogado defendeu que a confissão por livre e espontânea vontade tem a possibilidade de atenuar a pena que poderá ser imposta a Mauro Cid.
Tô lendo a matéria da VEJA. A confirmação é toda do Cezar Bittencourt, advogado do Mauro Cid.
— André Peres (@euandreperes) August 17, 2023