Merkel diz que convocar novas eleições seria "erro"

25 nov 2017 - 13h30
(atualizado às 14h20)

Em convenção da CDU, chanceler federal alemã afirma que é necessário formar um novo governo "rapidamente". Schulz aceita participar de diálogo, mas ressalta que não haverá "automatismo" em nenhuma direção.A chanceler federal alemã, Angela Merkel, descartou neste sábado (25) a realização de novas eleições como uma solução ao impasse político no país, que após dois meses das eleições, ainda não conseguiu formar um governo de maioria no Parlamento.

Chanceler alemã Angela Merkel durante sessão do Parlamento em Berlim
 21/11/2017    REUTERS/Axel Schmidt
Chanceler alemã Angela Merkel durante sessão do Parlamento em Berlim 21/11/2017 REUTERS/Axel Schmidt
Foto: Reuters

"Eu não estou absolutamente convencida de que, se não podemos fazer nada acerca do resultado [das eleições], que deveríamos pedir às pessoas que votem novamente", afirmou a líder da União Democrata Cristã (CDU) numa convenção do partido no estado de Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental. "Eu considero isso totalmente errado", acrescentou.

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Merkel reiterou que os políticos alemães têm a responsabilidade de encontrar uma solução. "A Europa precisa de uma Alemanha forte. É desejável que se forme um novo governo rapidamente", disse.

A política alemã está mergulhada num impasse desde o fracasso das negociações para a formação da chamada "coalizão Jamaica" entre os conservadores da União CDU/CSU (União Democrata Cristã/União Social Cristã), chefiada por Angela Merkel; o Partido Liberal Democrático (FDP, na sigla em alemão); e o Partido Verde.

Em Berlim, muito se discute sobre um possível governo minoritário, em que a CDU de Merkel, mais a CSU e ou o Partido Verde ou o FDP, ficariam sempre dependendo dos votos da oposição, de caso para caso. Merkel, no entanto, chegou a afirmar, no início da semana, que preferiria novas eleições à formação de um governo de minoria.

Schulz aceita diálogo

O presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, se reuniu nesta semana com líderes dos partidos para pôr uma solução à crise.

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Na sexta-feira (24), o líder social-democrata alemão, Martin Schulz, aceitou o chamado de Steinmeier para dialogar com Merkel por "responsabilidade" com a Alemanha e a Europa, e assegurou que, no caso de participar de um novo governo, submeterá as decisões ao voto das bases do partido.

Schulz ressaltou que a aceitação do diálogo não implica num "automatismo" em nenhuma direção. Na próxima semana, Merkel e Schulz irão se reunir com Steinmeier e o presidente da CSU, Horst Seehofer.

Desde o resultado das eleições, realizadas em 24 de setembro, Schulz havia rejeitado a possibilidade de formar uma nova grande coalizão com os conservadores e tinha defendido que o partido devia "regenerar-se" na oposição, razão pela qual era partidário da convocação de novas eleições.

Depois da conversa com Steinmeier, Schulz garantiu que o SPD "certamente" irá atuar com responsabilidade e, em nenhum caso, o partido irá praticar "obstrução parlamentar", caso passe à oposição.

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Neste sábado, o líder do Partido Verde, Cem Özdemir, disse que a legenda vai continuar a contribuir e "assumir as suas responsabilidades" para a formação do novo governo.

KG/dpa/rtr/afp/efe

Merkel enfrentará batalha para formar coalizão
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