Durante seu programa semanal na televisão estatal venezuelana, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, voltou a criticar o presidente argentino, Javier Milei. Maduro acusou líderes como Milei de querer transformar os países da América Latina em colônias dos Estados Unidos.
"Eu sinto muita vergonha quando vejo uma pessoa como o (Javier) Milei, dizendo 'Yes, Sir' cada vez que se encontra com a general Richardson, comandante do Comando Sul. Se disfarça de militar para dizer 'Yes, Sir'", disse o líder venezuelano.
Maduro também abordou a disputa entre a Argentina e o Reino Unido pelas ilhas Malvinas: "Eu me pergunto, o que sentem os militares argentinos? O que sentem eles, que deram a própria vida, que colocaram os filhos para combater nas Malvinas. Quando veem Milei dizendo 'Yes, Sir'? Aqueles como Milei são os que querem impor um novo colonialismo na América. Veja que com o Milei, a Argentina já entregou as Ilhas Malvinas. Disse que as Malvinas eram britânicas".
O presidente da Venezuela comparou a disputa com o conflito de Caracas com a Guiana pelo território de Essequibo. "O mesmo querem na Venezuela: colocar um babaca, uma marionete, alguém que coloque seu nome para entregar a Guiana Essequiba aos Estados Unidos, à Exxon Mobil. É isso que querem. Para a revolução para colocar aqui uma marionete", afirmou.
Eleições na Venezuela: Maduro aparece 13 vezes em cédula eleitoral
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela revelou o cartão eleitoral oficial na última quarta-feira (8), mostrando a ordem dos candidatos à presidência nas urnas. Maduro aparece 13 vezes, ocupando as primeiras posições. No total, dez candidatos, todos homens, participarão das eleições presidenciais em 28 de julho.
A disposição dos candidatos é determinada pelo desempenho de seus partidos nas últimas eleições legislativas, e alguns aparecem várias vezes por terem o apoio de mais de um partido. Maduro lidera a cédula por ser o candidato da coligação Grande Polo Patriótico (GPP), vencedora das últimas eleições legislativas em 2020.
Em meio a uma crise econômica, Maduro enfrenta críticas de diversos países e as eleições presidenciais anteriores foram consideradas fraudulentas. Em 2018, os Estados Unidos rotularam a reeleição de Maduro como uma "farsa", após os candidatos da oposição não reconhecerem o resultado, alegando irregularidades.
A principal coalizão de oposição, Mesa da Unidade Democrática (MUD), escolheu Edmundo González Urrutia, de 74 anos, como candidato presidencial. Urrutia, que aparece três vezes no cartão eleitoral, é visto como uma aposta para tirar Maduro do poder. Ele tem uma longa carreira diplomática, ocupando cargos na Direção Geral de Política Internacional do Ministério das Relações Exteriores venezuelano e sendo embaixador na Argentina e na Argélia.
Após ganhar destaque como figura da oposição, Urrutia assumiu a presidência do MUD e recebe apoio dos partidos Um Novo Tempo (UNT) e Movimento pela Venezuela (MPV).