Ministra da Saúde considera vício em bets uma pandemia e defende campanha de conscientização

Um levantamento do Banco Central mostrou que beneficiários do Bolsa Família transferiram R$ 3 bilhões para empresas de apostas por meio de PIX, com uma média de gasto de R$ 100 por beneficiário

28 set 2024 - 22h52

A Ministra da Saúde, Nísia Trindade, classificou nesta sexta-feira (27), o vício em bets como uma pandemia. Segundo ela, o vício em apostas no Brasil precisa ser enfrentado com a mesma seriedade que a dependência do tabaco. "É uma pandemia, guardada a questão da gravidade. Isso precisa ser trabalhado na Saúde. A consequência é grave do ponto de vista da dependência", afirmou a ministra.

Nísia Trindade em audiência na Câmara dos Deputados
Nísia Trindade em audiência na Câmara dos Deputados
Foto: Julia Prado/Câmara dos Deputados / Perfil Brasil

A declaração da ministra foi dada após evento de lançamento da Campanha Nacional de Incentivo à Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes. "É muito importante a regulação, é muito importante olhar para a publicidade e colocar, como temos dito, na mesma gravidade com que o Brasil fez em relação ao tabaco, porque é um vício", completou.

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A ministra disse ainda que o vício em bets é especialmente danoso pela rapidez com que a pessoa pode entrar no ciclo de dependência, impactando famílias em todo o país.

Impactos sociais do vício em bets

Um levantamento do Banco Central mostrou que beneficiários do Bolsa Família transferiram R$ 3 bilhões para empresas de apostas por meio de PIX, com uma média de gasto de R$ 100 por beneficiário.

O Ministério da Saúde formou um grupo de trabalho que se reunirá na próxima semana. Nísia Trindade afirmou que todo o governo tem atuado de maneira conjunta no assunto. Neste mês, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou a linha tênue entre entretenimento e dependência, reforçando a necessidade de ações coordenadas entre os ministérios da Fazenda e da Saúde.

Os trabalhos incluem a definição de ações específicas para regular as apostas e criar campanhas de conscientização sobre os riscos do vício em bets, com o intuito de proteger a população mais vulnerável.

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