Ministro quer proibir "cura gay" na Alemanha

18 fev 2019 - 10h47
(atualizado às 11h23)

Ministro da Saúde defende proibição das "terapias de conversão sexual" e punição para quem as oferece. Lei deve ser ampla, contemplar também menores de idade e ser "clara o suficiente para que seja eficaz".O ministro da Saúde da Alemanha, Jens Spahn, quer proibir as chamadas terapias de conversão sexual no país. "Homossexualidade não é doença, e por isso não há necessidade de terapia", afirmou o ministro ao jornal alemão TAZ.

"Eu não acredito nessas terapias, até por causa da minha própria homossexualidade", afirmou Spahn, um dos líderes do partido conservador CDU
"Eu não acredito nessas terapias, até por causa da minha própria homossexualidade", afirmou Spahn, um dos líderes do partido conservador CDU
Foto: DW / Deutsche Welle

"Eu não acredito nessas terapias, até por causa da minha própria homossexualidade. Eu digo sempre que Deus deve ter tido os seus motivos", afirmou Spahn, um dos principais líderes da ala direita do partido conservador União Democrata Cristã (CDU) e um crítico interno da chanceler federal Angela Merkel.

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Ele anunciou que irá trabalhar com a ministra da Justiça, Katarina Barley, do Partido Social-Democrata (SPD), para chegar a um rascunho de projeto de lei até meados do ano. A lei deve ser a mais ampla possível, contemplar também os menores de idade e ser "clara o suficiente para que seja eficaz", afirmou Spahn.

Barley afirmou que a homossexualidade é tão normal quanto a heterossexualidade e supostas terapias que têm como objetivo "converter" gays e lésbicas em heterossexuais ofendem a dignidade humana.

Para a elaboração da proposta de lei, a Fundação Federal Magnus Hirschfeld, voltada ao combate à discriminação dos homossexuais, conduzirá um estudo para reunir material sobre como outros países estão combatendo legalmente a prática. Em alguns países, a chamada "cura gay" já é proibida, como é o caso de Israel, Equador e Malta e de alguns estados nos Estados Unidos.

Para o ministro, deve haver punições profissionais para quem oferece esse tipo de "terapia", além de multa. Uma proposta de 500 euros de punição, apresentada pelo Partido Verde, foi rejeitada por Spahn por ser muito leve.

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MO/dpa/epd

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