Morre mulher que contraiu raiva humana após ser mordida por sagui em Pernambuco

Ela estava internada desde o dia 31 de dezembro

11 jan 2025 - 21h49
Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc) em Recife (PE)
Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc) em Recife (PE)
Foto: Reprodução/TV Globo

A mulher de 56 anos que contraiu raiva humana após ser mordida por um sagui morreu neste sábado, 11, após mais de dez dias internada. Ela estava internada no Hospital Universitário Oswaldo Cruz (Huoc) em Recife (PE).

O macaco mordeu a mão esquerda da mulher no dia 28 de novembro. Ao procurar ajuda médica, ela foi orientada a retornar novamente para tomar soro e quatro injeções, mas ela não seguiu com o tratamento. 

Publicidade

Ela estava internada desde o dia 31 de dezembro, quando deu entrada no hospital com dormência que se estendia ao tórax, além de dores e fraqueza muscular. A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco divulgou os exames realizados pelo Instituto Pasteur, em São Paulo, no dia 9 de janeiro. O laudo confirmou a infecção pelo vírus da raiva.

De acordo com os exames, o vírus é de origem silvestre. Investigações preliminares apontam que queimadas na região podem ter forçado o animal a sair de seu habitat e entrar em contato com a vítima. 

"Há muitos anos não registramos casos de raiva humana no estado. No entanto, a vigilância continua monitorando o vírus em animais silvestres. É importante reforçar que, enquanto os animais domésticos devem ser vacinados regularmente, os silvestres podem transmitir o vírus e exigem atenção redobrada", explicou Eduardo Bezerra, diretor-geral de Vigilância Ambiental de Pernambuco.

Diante de agressões por animais silvestres, a orientação é buscar atendimento médico imediato para avaliar a necessidade de profilaxia, que pode incluir a aplicação de vacinas ou soro. Além disso, a secretaria reforçou a importância da vacinação de animais domésticos e do cuidado em áreas onde o contato com animais silvestres é mais frequente.

Publicidade

A raiva é uma doença grave causada pelo vírus do gênero Lyssavirus, presente na saliva de animais transmissores, como morcegos, saguis, raposas, cães e gatos. Apesar de ser quase sempre fatal após o surgimento dos sintomas, ela pode ser prevenida com a administração da vacina antirrábica e, em casos específicos, do soro antirrábico.

Segundo o Ministério da Saúde, entre 2010 e 2024 foram registrados 48 casos de raiva humana no Brasil. Desses, nove foram causados por mordidas de cães, 24 por morcegos, seis por primatas não humanos, dois por raposas, quatro por felinos, e um por bovino. Na história dos casos de raiva humana no Brasil, apenas dois pacientes sobreviveram; todos os outros evoluíram para óbito.

Em caso de mordidas ou arranhões, o recomendado é lavar o ferimento com água e sabão e procurar atendimento médico imediatamente. A profilaxia, que pode incluir vacina e/ou soro, depende do tipo de animal envolvido e da gravidade da lesão. Segundo especialistas, a prevenção é essencial, e a vacina está disponível nos postos de saúde.

Fonte: Redação Terra
TAGS
Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se