Morte de Gritzbach sugere que atiradores estavam treinados e tinham informações privilegiadas

9 nov 2024 - 17h48

O assassinato do empresário Antônio Vinícius Lopes Gritzbach no Aeroporto Internacional de Guarulhos marcou um dos casos mais intrigantes e complexos investigados recentemente pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil. O crime não apenas provocou choque devido à violência, mas também levantou questões sobre segurança, estratégias de execução e, principalmente, informações privilegiadas que podem ter facilitado a ação criminosa.

Socorro no aeroporto de Guarulhos
Socorro no aeroporto de Guarulhos
Foto: Reprodução/X / Perfil Brasil

A vítima, aos 38 anos, mantinha envolvimentos controversos que, segundo os investigadores, ampliaram consideravelmente o número de indivíduos interessados em sua morte. Gritzbach era suspeito de ligações com o crime organizado e havia realizado um acordo de delação premiada com a Justiça. Tais antecedentes fazem parte do quebra-cabeça que as autoridades buscam montar para esclarecer o contexto por trás do atentado.

Publicidade

Por que o local escolhido para o crime surpreendeu?

Uma das maiores surpresas no caso foi a escolha do local para o atentado. O Aeroporto de Guarulhos é amplamente monitorado e protegido por diversas forças de segurança, incluindo a Polícia Civil, Federal, Militar e a Guarda Municipal. Este cenário levanta questões sobre como os criminosos conseguiram executar o plano em um ambiente tão controlado sem serem detidos ou alertados.

Os investigadores sugerem que o sucesso da operação criminal se deveu, em parte, à posse de informações privilegiadas sobre a presença e os movimentos de Gritzbach no terminal. Essa suspeita é respaldada pela precisão e profissionalismo dos executores, que exibiram habilidades avançadas em táticas de combate, indicativas de um treinamento especializado.

O objetivo do ataque parece ter sido exclusivamente a eliminação de Gritzbach, evidenciado pela atuação coordenada e certeira dos atiradores. Utilizando fuzis 7.62, armas comuns entre equipes de assalto e atiradores de elite, os criminosos demonstraram determinação e competência técnica ao avançar rapidamente em direção à vítima e neutralizar quaisquer possíveis intervenções.

A maneira metódica como o grupo conduziu a operação, conforme registrado pelas imagens de segurança, sugere que a ação foi cuidadosamente planejada. Uma testemunha ocular, um guarda municipal presente no local, descreveu a cena como intimidante, justificando sua falta de reação pela avaliação de risco da situação.

Publicidade

Falhas na segurança de Gritzbach?

As falhas aparentes na proteção de Gritzbach lançaram uma sombra sobre a competência da equipe de segurança que deveria estar presente. Dos quatro policiais designados para proteger a vítima, apenas um estava próximo no momento do ataque. Dois desses policiais alegaram problemas mecânicos com o veículo utilizado, impossibilitando sua presença eficiente durante a execução do crime.

Esses fatores estão sob escrutínio intenso pelos investigadores, que examinam rigorosamente as circunstâncias que levaram àquela configuração de segurança ineficaz. A apreensão dos celulares dos policiais envolvidos representa um passo adicional na busca por evidências que possam esclarecer suas verdadeiras posições e intenções no caso.

Com o caso tido como prioritário pelo governo estadual, as investigações prosseguem com a mesma intensidade. A polícia continua buscando provas conclusivas nos relatórios periciais, especialmente em objetos abandonados pelos criminosos. Evidências biométricas, como digitais e fragmentos de DNA, são esperadas para traçar o perfil dos envolvidos e, potencialmente, iniciar uma série de prisões estratégicas.

Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se