O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) lançou, nesta sexta-feira (04), uma assistente virtual chamada Ágape, que utiliza inteligência artificial para simplificar os processos de adoção de crianças e adolescentes. Com o significado de "amor universal" em grego, a ferramenta tem como objetivo responder a dúvidas de interessados em adotar ou daqueles que já estão habilitados, mas possuem incertezas sobre o procedimento.
A assistente virtual fornece informações completas sobre a legislação brasileira, os documentos necessários e até protocolos psicológicos, apoiando as famílias no processo de adoção. A plataforma foi desenvolvida pela empresa WideLabs em colaboração com o MPRS e a ELO, uma Organização de Apoio à Adoção e Assistência Social, que contribuíram com o conteúdo que alimenta o programa.
Durante o lançamento da Ágape, o procurador-geral de Justiça, Alexandre Saltz, destacou a importância de firmar parcerias para criar ferramentas que garantam um atendimento eficaz à sociedade gaúcha. "Já temos ferramentas que auxiliam a atuação nos processos e, agora, estamos buscando soluções que nos ajudem nos fluxos. Essa ferramenta de adoção facilita o caminho entre quem deseja adotar e quem precisa ser adotado", afirmou.
O subprocurador-geral de Gestão Estratégica, João Cláudio Pizzato Sidou, enfatizou que o MPRS está investindo em um conjunto de soluções baseadas em IA, sendo a Ágape uma das inovações focadas em melhorar a interação com a população.
A promotora de Justiça da Infância e da Juventude de Porto Alegre, Cinara Vianna Dutra Braga, mencionou que a ferramenta "auxiliará tanto aqueles que pretendem adotar quanto os que já adotaram e possuem dúvidas. Frequentemente, essas pessoas sentem vergonha ou receio de questionar os técnicos da área. A assistente virtual, acessível a qualquer momento, diminuirá a ansiedade dos habilitados à adoção, facilitando a formação das famílias e evitando adoções frustradas, em que crianças são devolvidas aos abrigos".
Atualmente, no Rio Grande do Sul, cerca de 400 crianças permanecem em instituições à espera de uma nova família, segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA). A expectativa é que a Ágape contribua para a redução desse número.
