O Movimento dos Sem Terra (MST) invadiu, na madrugada deste sábado, 25, uma fazenda em Hidrolândia, cidade do interior do Goiás, a 35 quilômetros da capital. O MST justificou a ação de um grupo de 600 famílias como parte da Jornada Nacional de Luta das Mulheres Sem Terra. A invasão foi tratada como uma "denúncia contra à exploração sexual das mulheres e adolescentes".
O imóvel pertenceu a um grupo condenado em 2009 por crimes desse teor. Hoje, a propriedade da fazenda é da União. Conforme a Secretaria de Coordenação e Governança do Patrimônio da União (SPU), o imóvel possui uma área total de 678.588 metros quadrados.
Exploração sexual
O local da invasão em Hidrolândia era chamado de fazenda São Lukas. Em 2002, a propriedade foi comprada pelo suíço Pietro Chiesa, que, segundo investigações, junto com mais nove pessoas, mantinha um esquema de tráfico internacional de mulheres para prostituição. Vítimas de cidades próximas a Hidrolândia — Anápolis, Goiânia e Trindade — eram levadas para a Suíça.
No exterior, eram submetidas a um esquema de endividamento e prostituição. De acordo com a sentença que condenou Chiesa e os demais membros da quadrilha, algumas vítimas eram menores de idade e a maioria não suspeitava de que pudesse haver um esquema de cafetinagem envolvido.