Agora é oficial: 2024 é o ano mais quente registrado pela humanidade e superou o limite de 1,5ºC de aquecimento em relação à era pré-industrial, o que coloca em risco a principal meta do Acordo de Paris sobre o Clima.
É o que disse nesta sexta-feira (10) o Serviço Copernicus de Mudanças Climáticas (C3S), sistema de observação da Terra da União Europeia.
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De acordo com o organismo, a temperatura média do planeta no ano passado foi de 15,10ºC, o que significa 0,12ºC acima de 2023, que detinha o recorde anterior de ano mais quente da história.
Além disso, o índice foi 0,72ºC maior que a média do período entre 1991 e 2020 e 1,60ºC acima da era pré-industrial, que contempla as décadas entre 1850 e 1900 e serve de referência para metas climáticas.
Ainda segundo o Copernicus, os últimos 10 anos foram os mais quentes já registrados pela humanidade, e todos os meses desde julho de 2023, com exceção de julho de 2024, superaram o limite de 1,5ºC de aquecimento em relação à era pré-industrial. O dia de 22 de julho de 2024 foi o mais quente já registrado, com temperatura média global de 17,16ºC.
O Acordo de Paris, assinado em 2015, tem como meta mais ambiciosa limitar o aquecimento global neste século a 1,5ºC em relação ao período pré-industrial. No entanto são necessários cerca de 20 anos acima desse patamar para sacramentar que o objetivo foi desrespeitado.
Por outro lado, se essa tendência se mantiver, a humanidade deve conviver nas próximas décadas com aumento constante do nível do mar, ameaçando áreas costeiras, com ondas de calor mais frequentes e um crescente número de fenômenos extremos, incluindo furacões, secas, incêndios florestais e inundações.
O aquecimento global é causado pelas emissões de gases do efeito estufa, como dióxido de carbono (CO2) e metano, que continuam aumentando, apesar dos alertas de cientistas de que elas precisam iniciar imediatamente uma trajetória de queda para garantir o cumprimento da meta de 1,5ºC até o fim do século.
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