5 perguntas que Serviço Secreto terá de responder sobre atentado contra Trump

Ex-agentes questionam se o evento recebeu os recursos de segurança adequados - e se os alertas sobre o atirador foram repassados.

15 jul 2024 - 17h45
Trump foi atingido na orelha
Trump foi atingido na orelha
Foto: Reuters / BBC News Brasil

Após o ataque ao comício do ex-presidente Donald Trump no sábado (13/7), várias questões importantes surgiram para o Serviço Secreto dos EUA responder.

Trump ficou ferido e um espectador foi morto no ataque de Thomas Matthew Crooks, na Pensilvânia.

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Entre as funções do Serviço Secreto, está a proteção do presidente, vice e ex-presidentes do país. A investigação do incidente está a cargo do FBI.

À medida que os EUA exigem respostas, o Serviço Secreto disse que está trabalhando para descobrir "o que aconteceu, como aconteceu e como podemos evitar que um incidente como este volte a ocorrer".

A chefe do Serviço Secreto, Kimberly Cheatle, foi convocada para depor num comitê da Câmara dos EUA em 22 de julho.

Aqui estão algumas das perguntas que os especialistas começaram a fazer.

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Por que o telhado onde estava o atirador não foi protegido com antecedência?

Vista da aerea do ataque
Foto: BBC News Brasil

Ainda não está claro como o atirador Thomas Matthew Crooks conseguiu acesso ao telhado de um prédio próximo ao comício, a pouco mais de 130 metros de Trump.

De acordo com a emissora NBC News, que citou duas fontes familiarizadas com as operações do Serviço Secreto, o telhado era uma vulnerabilidade conhecida antes do evento.

"Alguém deveria estar no telhado ou protegendo o prédio para que ninguém pudesse subir no telhado," citou uma das fontes da NBC.

Além da questão do acesso, foi sugerido que a linha de visão do telhado para a área onde estava Trump deveria ter sido bloqueada.

Crooks não deveria ter conseguido uma visão direta para Trump, disse o Secretário de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas, à emissora ABC News nesta segunda-feira (15/7).

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Mayorkas afirmou que a investigação deve "estudar o evento de forma independente e fazer recomendações ao Serviço Secreto e a mim".

Alertas sobre o atirador foram repassados?

Uma testemunha ocular do tiroteio disse à BBC que ele e outras pessoas haviam "claramente" avistado Crooks rastejando pelo telhado com um rifle.

Eles alertaram a polícia, mas o suspeito continuou se movendo por vários minutos antes de disparar os tiros e ser morto, segundo a testemunha.

O agente especial do FBI Kevin Rojek admitiu que foi "surpreendente" o fato de o atirador ter conseguido abrir fogo.

O xerife local confirmou que Crooks foi avistado por um policial, que não conseguiu detê-lo a tempo.

Algo que ainda não está claro é se essa informação chegou aos agentes que protegiam Trump.

Crooks já estava no radar das autoridades, de acordo com policial que falou anonimamente com a emissora CNN. Essa pessoa disse que os policiais acharam que jovem estava agindo de forma suspeita perto dos magnetômetros (equipamento que consegue identificar objetos metálicos) do evento.

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Essa informação teria sido transmitida ao Serviço Secreto.

O Serviço Secreto dependeu demais da polícia local?

O atirador disparou os tiros a partir de uma área que a polícia descreveu como "anel secundário", que era patrulhado não pelo Serviço Secreto, mas por policiais locais e estaduais.

Um ex-agente do Serviço Secreto disse que esse tipo de arranjo só funciona quando há um plano claro sobre o que fazer quando um perigo é detectado.

"Quando você depende dos parceiros locais, o melhor é ter tudo planejado cuidadosamente e informar a eles o que você espera que façam em relação a uma ameaça", disse Jonathan Wackrow ao jornal Washington Post.

O xerife local admitiu que houve "uma falha", mas afirmou que não havia uma única parte culpada.

O evento recebeu os recursos adequados?

Um ex-chefe do Comitê de Supervisão e Responsabilidade da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos sugeriu que o Serviço Secreto estava "muito sobrecarregado". Isso teria levado ao problema de a polícia local não ter sido "treinada" para garantir um evento como o comício de sábado.

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Jason Chaffetz, que já relatou na Câmara falhas do Serviço Secreto, disse ao Washington Post que não há outra situação com mais ameaça do que os eventos envolvendo Trump ou o presidente Biden, mas que isso não foi refletido na presença de segurança na Pensilvânia.

O Serviço Secreto negou as acusações de que um pedido da equipe de Trump para reforçar o pessoal de segurança tinha sido recusado antes do comício.

No entanto, o Post relatou ter visto uma troca de mensagens na qual um ex-membro do Serviço Secreto perguntou a colegas como o suspeito conseguiu levar uma arma para tão perto de Trump. Ele teria recebido a resposta: "Recursos".

Em um comunicado, a chefe do Serviço Secreto, Kimberly Cheatle, disse que foram feitas mudanças para a segurança da Convenção Nacional Republicana, que começa em Milwaukee, em Wisconsin, nesta segunda.

Ela afirmou estar "confiante" no plano.

Trump foi retirado do palco rápido o suficiente?

Os agentes que protegeram Trump receberam elogios, incluindo o de Robert McDonald, um ex-agente que afirmou que fizeram um "trabalho bom", apesar de não haver um "manual exato" sobre o que fazer em tal situação.

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Mas também surgiu a pergunta se foram rápidos o suficiente para levar o ex-presidente rapidamente para dentro de um veículo.

Imagens do incidente mostram os agentes rapidamente formando um escudo ao redor do ex-presidente logo após os tiros, mas então parecem pausar enquanto Trump pede para pegar seus sapatos.

O ex-presidente continuou cumprimentando seus apoiadores com o punho erguido.

Um veterano do Serviço Secreto disse ao New York Times que não teria esperado. "Se fosse eu ali, não. Estamos indo, e estamos indo agora", disse Jeffrey James. "Se fosse eu, estaria comprando um novo par de sapatos para ele."

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