Averianna Patton é considerada uma das últimas pessoas com as quais o atirador da escola de Nashville, nos EUA, entrou em contato antes do ataque.
Na manhã de segunda-feira (27/3), Patton recebeu no Instagram uma mensagem de seu ex-colega de classe, que parecia deprimido e desesperado.
"Ele disse que eu o veria no noticiário mais tarde e algo trágico estava para acontecer", conta Patton à BBC News.
Ela ligou imediatamente para a polícia.
"Eu não sei contra o que ele estava lutando... Mas eu sabia que era uma coisa (relacionada à saúde) mental, sabe?", diz Patton.
"Quando recebi a mensagem, algo me disse que eu simplesmente deveria ligar (para a polícia) e ter certeza que estava fazendo tudo o que podia."
Porém, em poucos minutos, Audrey Hale, de 28 anos, atacou a Escola Covenant, onde matou três crianças de nove anos e três funcionários adultos.
"Mais tarde, descobri que aquilo não era uma brincadeira, não era uma piada. Foi (Hale) quem fez aquilo", continua Patton.
"Tem sido muito, mas muito pesado."
Patton relata que a polícia foi à casa dela naquela tarde para revisar as mensagens de Hale.
"Ainda estou tentando entender o que estamos passando e encontrar soluções para evitar que isso aconteça novamente", diz.
Patton, que é uma personalidade da TV local e também atua como influenciadora nas redes sociais, conta que ela e o atirador já foram companheiros de equipe no mesmo time de basquete durante o Ensino Médio.
O suspeito, disse Patton, às vezes parecia "reservado".
O atirador manteve contato com as companheiras de equipe ao longo dos anos e, ocasionalmente, até compareceu a eventos realizados na cidade.
Houve uma confusão inicial sobre a identidade de gênero de Hale — a polícia inicialmente o descreveu como uma mulher cisgênero e, posteriormente, disse que Hale se identificava como um homem transgênero.
Patton acrescenta que viu o atirador pela última vez no início deste mês.
Agora, ela se volta para a mesma questão que atormenta os residentes de Nashville e do resto dos EUA: por que isso aconteceu?
"Eu me pergunto sempre a mesma coisa. Mas acho que nunca saberemos. E sinto muito por isso tudo."
"Eu nunca teria imaginado uma coisa dessas, nem em um milhão de anos."
- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/articles/cjqdd040259o