A resposta de Trump sobre concorrer novamente à Presidência caso perca este ano

Pela segunda vez em uma semana, o candidato presidencial republicano reconheceu a perspectiva de derrota.

23 set 2024 - 04h54
(atualizado às 05h03)
Donald Trump foi o candidato republicano nas últimas três eleições
Donald Trump foi o candidato republicano nas últimas três eleições
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que não espera concorrer à eleição novamente em 2028 caso seja derrotado no pleito de novembro.

Trump, de 78 anos, foi o candidato republicano nas últimas três eleições nacionais e reformulou o partido nos últimos oito anos.

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Em entrevista com o Sinclair Media Group, ele foi perguntado se conseguia vislumbrar mais uma candidatura caso perca para a vice-presidente, a democrata Kamala Harris.

"Não, não vejo. Eu acho que seria isso aí", disse Trump. "Eu não vejo de forma alguma."

Mas acrescentou: "espero que seremos muito bem-sucedidos".

A lei americana impede que presidentes tenham mais de dois mandatos, sejam eles consecutivos ou não. Ou seja, se Trump vencer agora, ele não poderá concorrer em 2028.

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No passado, o bilionário do setor imobiliário raramente reconhecia sequer a possibilidade de perder uma eleição, sempre agitando seus apoiadores com discursos e posts nas redes sociais prometendo vitória.

Mas esta é a segunda vez em quatro dias que ele menciona a possibilidade de derrota.

Em um evento no Conselho Israelita-Americano, na quinta-feira, ele cogitou a possibilidade de não vencer, e sugeriu que uma derrota seria parcialmente culpa dos eleitores judeus.

"Eles sabem que diabos estará acontecendo caso eu não vença esta eleição?", disse Trump. "E o povo judeu teria muito a ver com isso, caso aconteça, porque com 40% [de apoio a Trump] isso significa que 60% das pessoas estão votando no inimigo."

Os comentários foram criticados pela campanha de Harris e pelas entidades apartidárias Comitê Judeu Americano e Liga Antidifamação.

As declarações de Trump sobre possibilidade de derrota podem estar refletindo a mudança das perspectivas de Harris desde que ela assumiu a campanha democrata, com a desistência do presidente Joe Biden.

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Sua campanha arrecadou mais de US$ 190 milhões em agosto, comparado com os US$ 130 milhões que Trump arrecadou no mesmo período.

Agregados nacionais de pesquisas de opinião pública monitorados pela BBC indicam que Kamala Harris está na frente de Trump. Uma pesquisa divulgada pela CBS no domingo mostra a democrata com 52% e Trump com 48%. No entanto, esses resultados mostram a preferência nacional. Pelo sistema eleitoral americano, é possível perder a eleição mesmo recebendo mais votos nacionalmente.

Em Estados considerados fundamentais para ganhar a eleição, Harris tem uma liderança mais apertada: de 51% contra 49%, o que é uma leve melhora em relação aos 50% observados no mês passado, em pesquisa da CBS.

Outra pesquisa divulgada no domingo pela NBC mostra Harris com uma vantagem de cinco pontos em todo os EUA.

A pesquisa também mostra que 48% dos eleitores registrados têm uma visão positiva dela, comparado com 32% em julho — o maior salto registrado desde 2001, quando a popularidade de George W Bush cresceu após os atentados de 11 de setembro.

Mas como outras pesquisas, o levantamento mostra que Trump tem uma vantagem clara junto a eleitores em alguns dos principais temas, como economia, custo de vida e imigração.

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A BBC pediu um comentário da campanha de Trump sobre as pesquisas.

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