Nunca foi fácil ser gay ou transgênero no Afeganistão. Agora pode ser mortal, de acordo com afegãos LGBT+, cujo medo da violência sob o jugo do Talibã provoca um esforço frenético de fuga.
Mas como sair é outra questão, já que o apoio vindo do exterior é escasso e ainda menor é a esperança de que os militantes islâmicos permitirão sua entrada no aeroporto. "Se eu conseguir um visto e um país me der permissão para partir, é claro que arriscarei tudo para sair", disse um estudante afegão gay, cujo nome foi omitido para sua segurança.
"Qualquer país, mas não aqui. Morar aqui não significa nada para nós."
As probabilidades de fuga não estão a favor do jovem de 21 anos, que está escondido em casa paralisado pelo terror do que pode acontecer nas ruas, e há poucas rotas de saída abertas em meio ao caos que reina no aeroporto.
Tampouco está claro onde os afegãos LGBT+ podem ser bem-vindos para criarem um lar ou se sexualidade ou gênero são critérios para asilo automático em muitos países do mundo.
O Canadá prometeu reassentar 20 mil afegãos, incluindo explicitamente pessoas LGBT+ em seu compromisso, o que o torna uma exceção. Já o grupo de defesa LGBT+ canadense Rainbow Railroad pede a governos que ajudem refugiados afegãos gays e transgêneros.
Mas em outras democracias ocidentais, incluindo Estados Unidos e Europa, não havia tal clareza.