Ataque a shopping de luxo no Quênia deixa pelo menos 39 mortos

Grupo terrorista Al-Shabab, ligado à A-Qaeda, assumiu a autoria do ataque, justificado como resposta à presença do Exército queniano na Somália

21 set 2013 - 09h19
(atualizado em 4/12/2013 às 15h54)

Ao menos 39 pessoas morreram e 150 ficaram feridas no ataque a um luxuoso centro comercial de Nairóbi, capital do Quênia, na manhã deste sábado. O grupo militante somali Al-Shabab, que já tinha ameaçado atacar o shopping Westgate, popular entre a comunidade expatriada do país, reivindicou o ataque. Informações das 20h (de Brasília) indicam que ainda há reféns sendo mantidos nos shopping.

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O Quênia "já superou ataques terroristas no passado e vencerá novamente", disse Kenyatta em rede nacional de TV ao atualizar o balanço das vítimas e revelar que perdeu membros de sua família na ação terrorista. A situação ainda é fluida, e o total de mortos e feridos deve se alterar nas próximas horas. 

Imagens mostram interior de shopping durante tiroteio no Quênia
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Por volta do meio-dia (hora local), cerca de 10 homens da milícia invadiram armados e encapuzados o shopping Westgate Mall, um dos mais luxuosos da capital queniana, cuja clientela é formada principalmente por africanos abastados, indianos e ocidentais. Os criminosos dispararam e lançaram granadas contra clientes e funcionários do shopping.

Muitas vítmas seguiram detidas pelos pistoleiros horas depois do ataque, e informações desencontradas por parte das autoridades quenianas indicavamm que alguns dos atiradores já teriam sido presos após o ataque. Ainda não há informações detalhadas sobre as vítimas, mas Estados Unidos, Reino Unido, França e Canadá confirmaram ter cidadãos entre os mortos.

Cenário do ataque

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Helicópteros da polícia sobrevoavam o local, enquanto a polícia gritava "sai, sai", com centenas de pessoas fugindo do shopping. Por uma das entradas do estabelecimento saía fumaça, e testemunhas disseram ter ouvido explosões de granadas. Outros afirmaram que viram cerca de cinco homens armados atacarem o shopping Westgate, e que o incidente aparentava ser um ataque, não um assalto.

Alguns tiros puderam ser ouvidos duas horas após o início do tiroteio, depois que a polícia invadiu o prédio em busca dos agressores, loja por loja. Algumas emissoras de televisão locais informaram a presença de reféns, mas não houve confirmação oficial dessa informação.

"Eles não parecem ser ladrões. Isso não é um assalto", afirmou Yukeh Mannasseh, que estava no andar de cima do shopping quando o tiroteio começou. "Parece ser um ataque. Os guardas que os viram disseram que eles atiravam indiscriminadamente." Uma outra testemunha, que se identificou como Taha, disse ter ouvido som de freios, seguido por uma explosão e um tiroteio no piso inferior momentos depois. Outro sobrevivente disse ter sido atingido por um homem que parecia somali.

Corpo aparece próximo a escada do centro comercial Westgate, no Quênia
Corpo aparece próximo a escada do centro comercial Westgate, no Quênia
Foto: AP

Alguns clientes subiram as escadas e se esconderam no complexo de cinema do shopping. A polícia encontrou outro grupo escondido em um toalete do primeiro piso.

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Pelo menos duas dúzias de feridos foram retirados do local em macas e carrinhos de compras. Muitas das vítimas tinham alguns ferimentos leves, aparentemente causados por destroços que voaram sobre elas. Algumas pessoas conseguiram sair andando, porém com roupas manchadas de sangue envolvendo seus ferimentos. A polícia isolou as ruas em torno do shopping, que fica no bairro central Westlands.

Questionado se o ataque havia sido um assalto, um policial paramilitar disse: "Não, (foi) terrorista".

Novo tiroteio e reação do governo

Horas depois do ataque, novos tiroteios e uma pequena explosão foram registrados no centro comercial. Vários reféns permanecem no centro comercial, um dos mais movimentados de Nairóbi, seis horas depois do ataque, que não foi reivindicado oficialmente por nenhum grupo, embora a Al Shabab tenha reconhecido implicitamente sua vinculação com o caso em sua conta no Twitter.

O novo episódio de disparos ocorreu por volta das 19h locais (13h de Brasília), quando já escureceu na capital queniana, e os tiros partiram do exterior para dentro do centro comercial, segundo constatou a Efe. Os jornalistas e outras pessoas que permanecem nas imediações do edifício foram evacuados após os disparos, que foram escutados do lado de fora e demoraram cerca de 15 segundos.

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Ataque a shopping provoca pânico e deixa mortos no Quênia
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"Os perpetradores desprezíveis desse ato covarde queriam intimidar, dividir e causar desalento entre os quenianos", disse Kenyatta em discurso à nação televisionado. "Já superamos ataques terroristas antes. Vamos derrotá-los de novo."

Kenyatta afirmou ainda que ele próprio perdeu parentes próximos no tiroteio deste sábado. Falando às famílias das vítimas, ele afirmou no discurso: "Peço a Deus para lhes dar conforto no momento em que enfrentam essa tragédia, e sei o que vocês sentem, pois também perdi membros da família muito próximos nesse ataque."

As informações são de Reuters, AFP e EFE.

Fonte: Terra
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