Atentados na Nigéria deixam quase 40 mortos

Dois ataques suicidas aconteceram no país nesta terça-feira (17); um deles foram mortas 36 pessoas e no outro 13 ficaram feridas

17 fev 2015 - 19h12
(atualizado às 20h53)

Cerca de 40 pessoas foram mortas nesta terça-feira (17) na Nigéria em diversos atentados, essencialmente no nordeste do país, região sob constante ameaça dos islamitas do Boko Haram, mas também no sul -que até agora vinha sendo relativamente poupado das violências pré-eleitorais.

A violência atinge novamente a Nigéria - primeiro produtor de petróleo do continente africano, cujo norte é majoritariamente muçulmano e o sul principalmente cristão - antes das importantes eleições de 28 de março.

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Ao longo de um ataque perpetrado por três homens-bomba, 36 pessoas foram mortas perto de Biu (nordeste), segundo balanço comunicado à AFP por uma fonte da área dos serviços de saúde.

Segundo um membro de uma milícia local de autodefesa, o atentado foi cometido por "três homens à bordo de uma motocicleta" por volta das 10h (horário de Brasília) no povoado de Yamarkumi, a quatro quilômetros de Biu, no estado de Borno.

Menos de três horas depois, outro suicida detonou os explosivos que levava em Potiskum, capital econômica do estado de Yobe. O homem entrou em um restaurante e detonou a bomba, matando o gerente e um garçom do estabelecimento, segundo diversas fontes, que reportaram, também, 13 feridos.

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Outro caso de violência teve como alvo a campanha eleitoral no Sul da Nigéria, a algumas semanas de um pleito que se anuncia muito disputado.

Um policial morreu atingido por disparos, um jornalista foi esfaqueado e outras quatro pessoas ficaram feridas durante um comício da oposição nigeriana no estado petroleiro de Rivers (sul), informou um candidato ao governo local.

"Cinco policiais foram baleados. Um deles morreu e outros quatro se encontram em estado crítico neste hospital", disse Dakuku Peterside, do All Progressives Congress (APC), que pretendia discursar no comício na cidade de Okrika.

O partido é o principal da oposição ao presidente, Goodluck Jonathan, que aspira à reeleição.

Peterside e uma fonte da emissora privada Channels informaram que um jornalista que cobria o evento para o canal, Charles Erukaa, foi esfaqueado e tinha sido levado para o hospital.

Não havia até o momento nenhuma informação disponível sobre a motivação deste ataque, que teve como alvo um colégio onde Peterside realizava sua campanha.

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Os mais recentes atos de violência na Nigéria ocorrem a menos de um mês e meio das eleições presidenciais e legislativas, marcadas para 28 de março, e que serão seguidas, em 11 de abril, por votações para escolha de governadores e assembleias dos 36 estados nigerianos.

Este pleito tinha sido adiado oficialmente para permitir às forças nigerianas se dedicarem ao combate contra os islamitas do Boko Haram.

O grupo já tentou diversas vezes tomar Biu, situada a 180 km da capital do estado de Borno, Maiduguri, mas o grupo armado foi derrotado todas as vezes pelo exército e pelas milícias de autodefesa.

Os últimos acontecimentos no terreno aumentam o ceticismo na Nigéria, onde muitos duvidam de uma derrota do grupo jihadista, ativo há seis anos neste país.

O exército nigeriano tem se mostrado incapaz de vencer a insurreição.

Na noite desta terça-feira (17), dois soldados chadianos e vários islamitas foram mortos em combates a 90 km de Maiduguri, no nordeste da Nigéria.

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Desde 2009, este grupo e sua repressão pelo exército deixaram mais de 13.000 mortos e 1,5 milhão de deslocados na Nigéria.

O Boko Haram controla atualmente partes inteiras de territórios no nordeste da Nigéria e estendeu seus ataques a três países vizinhos: Camarões, Níger e Chade.

Estes três países têm mobilizado suas tropas no combate ao grupo na fronteira com a Nigéria. O Chade, potência militar regional, acordou com Benin mobilizar 8.700 homens em uma força regional contra o Boko Haram.

Na segunda-feira, países da África Central reunidos em Yaundé para elaborar uma estratégia de luta contra o grupo comprometeram-se com uma ajuda de urgência de cerca de 75 milhões de euros para travar esta guerra, sobretudo o Camarões e o Chade.

Na noite de segunda-feira (16), um atacante foi morto na noite de segunda-feira nos arredores de Diffa, no sudeste do Níger, na fronteira com a Nigéria, enquanto ele tentava detonar os explosivos que levava consigo perto de um posto militar, informou o exército nigerino nesta terça-feira.

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"O suicida de 17 anos não conseguiu se explodiu", informou o exército em um comunicado ao qual a AFP teve acesso.

Algumas horas depois, "três elementos do Boko Haram", "armados com facas", atacaram militares deste mesmo posto em Bagara, acrescentou o informe. Um soldado ficou ferido, mas "sua vida não corre perigo", acrescentou o exército.

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