O candidato derrotado na eleição presidencial do Egito, Hamdeen Sabahi, contestou nesta sexta-feira os resultados que deram vitória ao ex-chefe do Exército Abdel Fattah al-Sisi, dizendo que as regras eleitorais haviam sido violadas.
Político de esquerda, Sabahi ganhou 3 por cento dos votos, contra mais de 93 por cento dos votos de Sisi, disseram fontes judiciais. Os resultados oficiais ainda não foram anunciados.
A eleição ocorreu no contexto de uma ofensiva contra os seguidores de Mohamed Mursi, presidente deposto pelo Exército em julho do ano passado. O seu movimento, a Irmandade Muçulmana, foi banida, centenas de pessoas foram mortas e milhares presas.
Na quinta-feira, Sabahi reconheceu a derrota, mas disse que os números oficiais do comparecimento às urnas eram muito altos e "um insulto à inteligência dos egípcios".
A campanha de Sabahi afirmou em um comunicado que fez uma reclamação legal à comissão eleitoral denunciando "a existência de campanha dentro das seções de votação" por partidários de Sisi, entre outros abusos.
Ele também pediu ao comitê que todos os votos no terceiro dia da votação sejam anulados.
Em uma decisão de última hora, as autoridades estenderam a votação em um dia na terça-feira, uma medida extraordinária que missões de observadores disseram que levantava dúvidas sobre a integridade do processo eleitoral, embora não tenha sido uma ação ilegal.
Sisi liderou a derrubada de Mursi após protestos populares contra o seu governo. Sabahi ficou em terceiro lugar no pleito de 2012 que tornou Mursi o primeiro presidente eleito livremente do Egito.