A Costa do Marfim anunciou nesta segunda-feira a suspensão dos voos para países afetados pela epidemia de ebola e proibiu todas as empresas de transportar passageiros desses países para Abidjan, maior cidade e principal economia do país.
O governo decidiu "suspender até nova ordem os voos da Air Côte d'Ivoire com destino e provenientes de países afetados pela epidemia de ebola", diz o comunicado.
Segundo a nota, as autoridades costa-marfinenses também proibiram as outras companhias de transportar ao país passageiros de áreas atingidas pela doença.
A Costa do Marfim, vizinha da Libéria e da Guiné-Conacri, onde a epidemia já fez centenas de mortos, apresenta nível de alerta muito elevado, de acordo com as autoridades sanitárias.
O país adotou várias medidas sanitárias suplementares, especialmente na vigilância comunitária, desde que a epidemia de febre hemorrágica registrou recrudescimento na área da África Ocidental. Além da Guiné-Conacri e da Libéria, Serra Leoa e a Nigéria também foram atingidas.
Desde o início do ano, mais de 960 pessoas morreram. Foram cerca de 1.800 casos confirmados, prováveis ou suspeitos da doença.
O governo da Costa do Marfim decidiu ainda reforçar a vigilância no aeroporto de Abidjan, onde "todos os passageiros, à chegada, serão submetidos a uma medição da temperatura". Um dispositivo para a lavagem de mãos será montado no local.
Em meados de junho, Abidjan lamentou "a diminuição da vigilância" sobre a doença. Nenhum caso foi notificado no país que, no fim de março, tomou várias medidas para evitar qualquer contaminação.
Diante do agravamento da situação, as medidas de precaução multiplicaram-se na África e no mundo, principalmente para evitar a propagação do vírus em viagens aéreas.
As companhias pan-africanas Arik e ASKY já tinham suspendido os voos de e para a Libéria e Serra Leoa, após a morte de um passageiro liberiano, no fim de julho, em Lagos, na Nigéria.
A companhia Emirates, com sede em Dubai, também anunciou a suspensão "até nova ordem" de todos os voos para a Guiné-Conacri.