Defesa de Mursi critica vídeos apresentados pela acusação

5 abr 2014 - 15h42
(atualizado às 15h50)

A defesa do deposto presidente egípcio, Mohammed Mursi, criticou neste sábado a apresentação de alguns vídeos feitos pela televisão estatal como provas na causa aberta contra o islamita pela morte de manifestantes.

Presidente deposto do Egito Mohamed Mursi durante encontro com o presidente palestino em Cairo, em janeiro de 2013
Presidente deposto do Egito Mohamed Mursi durante encontro com o presidente palestino em Cairo, em janeiro de 2013
Foto: AFP

Segundo a agência estatal de notícias "Mena", uma nova sessão do julgamento aconteceu hoje na Academia da Polícia, próximo a cidade do Cairo, onde Mursi compareceu após ser transferido de uma prisão perto da cidade mediterrânea de Alexandria.

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Durante a audiência foi projetado o vídeo de uma entrevista televisiva do porta-voz do partido salafista Al Nour, Nader Bakar, na qual dizia que o dirigente da Irmandade Muçulmana, Jeirat al Shater, tinha pedido ajuda para atuar contra os manifestantes.

Bakar também afirmou no vídeo que Al Shater tentou convencer seu partido que os opositores a Mursi tinham decidido invadir o palácio presidencial perante a fraqueza das forças de segurança.

Mursi e outros 14 dirigentes islamitas enfrentam acusações por seu suposto envolvimento na morte de manifestantes e nos incidentes ocorridos nos arredores do palácio presidencial de Itihadiya, no último dia 5 de dezembro.

A equipe da defesa criticou a transmissão desses vídeos, selecionados por um comitê de especialistas de rádio e televisão, por considerar que esses meios de comunicação não podem apresentar essas provas, que supostamente alteram as investigações.

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Além disso, afirmou que esses meios não são uma parte imparcial no processo e diz que atuaram "contra" os acusados.

Por sua parte, o presidente do Tribunal Penal do Cairo, Ahmed Sabri Youssef, destacou que levou em conta "todos" os pedidos e observações apresentados pela defesa sobre o trabalho dessa comissão, que - segundo sua versão - realizou seu trabalho sob o controle da corte.

A sessão foi adiada até este domingo, quando está previsto que cinco testemunhas da acusação façam um depoimento, todos eles altos comandantes da Guarda Republicana.

Mursi, deposto por um golpe de Estado em 3 de julho de 2013, enfrenta ainda outros julgamentos por espionagem e por fugir de uma prisão, entre outros delitos.

  
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