Ebola: 70 corpos e 150 novos casos são achados em Serra Leoa

O ministro da Saúde disse que os agentes envolvidos na operação conseguiram visitar 80% das casas do país e considerou a iniciativa um sucesso

22 set 2014 - 10h30
(atualizado às 10h33)
Agentes foram de casa em casa, em Serra Leoa, para procurar possíveis corpos e casos de infectados por ebola
Agentes foram de casa em casa, em Serra Leoa, para procurar possíveis corpos e casos de infectados por ebola
Foto: Michael Duff / AP

Uma operação realizada por agentes em Serra Leoa descobriu 70 corpos e 150 novos casos de ebola durante o toque de recolher obrigatório de três dias feito para ajudar a conter a propagação do vírus, que terminou nesse domingo, anunciaram as autoridades nesta segunda-feira.

Em Serra Leoa, onde o vírus hemorrágico matou mais de 600 pessoas, os seis milhões de habitantes foram proibidos de sair de suas casas nos últimos três dias. Durante as 72 horas, cerca de 30 mil voluntários andaram de casa em casa para identificar os doentes e informar às famílias sobre as medidas para prevenir a doença.

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“Temos um excesso de cadáveres para enterrar, mas isso é habitual desde o início da epidemia. Agora temos 150 novos casos”, declarou Steven Gaojia, chefe do Centro de Operações de Emergência. Gaojia disse que os 70 cadáveres foram descobertos em Freetown e nos arredores da capital.

O ministro da Saúde, Abubakarr Fofanah, informou que os agentes envolvidos na operação conseguiram visitar 80% das casas e considerou a iniciativa um sucesso. “Aprendemos muitas coisas durante esta operação. É possível que ela seja retomada”, disse.

Fofanah adiantou que as autoridades não podem “dar números sobre o total de cadáveres descobertos” durante a operação, pois aguardam “os resultados que devem vir de outras partes do país”.

Segundo o ministro, um dos resultados da operação foi a interrupção dos “enterros noturnos”, prática seguida pelas famílias para encobrir a morte dos infectados com o vírus do ebola.

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Os habitantes de Serra Leoa retomaram hoje suas atividades depois da operação inédita do toque de recolher para lutar contra a epidemia do ebola, que já matou 562 pessoas no país.

Mais de 2,6 mil pessoas morreram devido à doença desde o início do ano nos três países da África Ocidental mais afetados: Serra Leoa, Libéria e Guiné-Conacri, segundo a Organização Mundial da Saúde.

O ebola no resto do mundo

Na Espanha, o missionário católico Manuel García Viejo, de 69 anos, chegou na madrugada desta segunda-feira a Madri, procedente de Serra Leoa, em um avião-ambulância e foi imediatamente transferido ao hospital Carlos III.

O espanhol infectado por ebola está em estado grave
Foto: Ministry of Defence / Reuters

O missionário encontra-se no momento em uma situação grave, informou o hospital.

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García Viejo, especializado em medicina tropical, membro da Ordem Hospitalar de 'San Juan de Dios', instalada na África há 30 anos, dirigia em Serra Leoa o hospital da cidade de Lunsar.

O religioso é o segundo caso de um espanhol infectado com esta doença desde o início da epidemia.

Em agosto, o também religioso Miguel Pajares, de 75 anos, morreu de Ebola depois de ser transferido a Madri.

Já a Libéria, o país mais afetado, com mais de 1.450 mortos, anunciou que vai aumentar o número de leitos dos 250 atuais para 1.000, para tratar os doentes em Monróvia, a capital, praticamente com o sistema de saúde em colapso.

"Rejeitamos pacientes porque não temos espaço. É por isso que o governo vai tentar disponibilizar 1.000 leitos para poder receber todos os pacientes", declarou à AFP o ministro da Informação, Lewis Brown.

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"Desta forma colocaremos fim à propagação porque os que rejeitamos retornam as suas comunidades, onde podem infectar outras pessoas", acrescenta.

No dia 8 de setembro, a Organização Mundial da Saúde (OMS) advertiu que a Libéria poderia registrar "vários milhares de novos casos".

No condado de Montserrado (oeste), que inclui Monróvia, a OMS informou que são necessários urgentemente 1.000 leitos para os doentes da epidemia do vírus do Ebola na África ocidental, a mais grave desde que foi identificada em 1976.

Os últimos dados da OMS falam que na Libéria foram registrados 2.710 casos, mas estes números são de uma semana atrás, e os serviços de saúde da capital precisaram enfrentar um enorme fluxo de pacientes nos últimos dias.

"Estou aqui desde esta manhã. Já estive ontem e anteontem, mas me dizem para ir embora e voltar mais tarde", contou à AFP Fatima Bonoh, de 35 anos, com tremores, na entrada do hospital da Redenção de Monróvia.

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Um segundo grupo de militares americanos chegou no domingo à Libéria como parte de uma missão de 3.000 soldados destinada a ajudar os serviços de saúde do país.

Na Nigéria, onde o vírus matou oito pessoas de 20 casos confirmados, foi confirmado para esta segunda-feira o retorno às aulas após férias prolongadas devido ao Ebola, mas o sindicato majoritário de professores está preocupado com os riscos de propagação do vírus nas instituições de ensino.

De fato, a epidemia preocupa o mundo inteiro. A Índia anunciou o adiamento da 3ª Cúpula Índia-África prevista em Nova Délhi em dezembro, que contaria com a participação de 50 países africanos.

Com informações da Agência Brasil e AFP.

Foto: Arte Terra

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Fonte: Terra
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