Três jornalistas da Al-Jazeera acusados de apoiar a Irmandade Muçulmana foram condenados a sete anos de prisão no Egito.
Um tribunal no Cairo condenou o australiano Peter Greste e os egípcios Mohammed Fahmy e Baher Mohamed por espalhar notícias falsas e apoiar o grupo islâmico, que foi banido no país. Eles estão presos há seis meses e negam as acusações.
Nove acusados julgados à revelia, incluindo três jornalistas estrangeiros, foram condenados a dez anos de prisão.
O processo causou indignação internacional em meio a acusações de que teria motivações políticas.
Baher Mohamed foi condenado a mais três anos de prisão em um processo separado envolvendo a posse de armas.
Restrição à imprensa
A Al-Jazeera disse que apenas nove dos 20 acusados são funcionários seus. Os outros seriam estudantes e ativistas. Dois deles foram absolvidos nesta segunda-feira.
Fahmy e Mohamed estavam entre os 16 egípcios acusados de pertencer a uma organização terrorista e de "prejudicar a unidade nacional".
Greste, ex-correspondente da BBC, e outros três jornalistas que deixaram o país - os repórteres britânicos Dominic Kane e Sue Turton, também da Al-Jazeera, e a jornalista holandesa Rena Netjes - foram acusados de divulgar informações falsas e colaborar com os réus egípcios através de doações em dinheiro, equipamento e informação.
O julgamento ocorre em meio a crescentes restrições ao trabalho da imprensa no Egito.
A Al-Jazeera, sediada no Catar, está proibida de operar dentro do Egito após autoridades terem acusado o canal de transmitir reportagens favoráveis ao ex-presidente Mohammed Morsi e a Irmandade Muçulmana. A Al-Jazeera nega as acusações.
O Catar apoia a Irmandade e é visto com ceticismo pelo governo egípcio.