Um tribunal do Cairo condenou neste sábado a três anos de prisão oito jovens acusados de aparecer em um vídeo de um "casamento gay", que se tornou viral na internet.
Os oito egípcios eram processados por "incitação à libertinagem" e "publicação de imagens indecentes", mas o tribunal só manteve a segunda acusação, informou à AFP a advogada de defesa Nesrin Nabil.
Os oito jovens, que escondiam os rostos com jornais ao entrar no tribunal, foram condenados à pena máxima no caso. Também deverão passar por um controle judicial por três anos após o cumprimento da pena.
A defesa vai recorrer contra a sentença, informou Nabil.
O vídeo, compartilhado por milhares de pessoas no Facebook, Twitter e YouTube, mostra um casal homossexual comemorando o casamento em um barco no rio Nilo ao lado de amigos. As imagens mostram o momento da troca de alianças, quando os presentes cantam em homenagem ao casal.
A legislação egípcia não proíbe formalmente a homossexualidade, mas várias pessoas foram condenadas nos últimos anos por libertinagem, acusadas de participação em festas gays.
No Egito a homossexualidade é considerada uma perversão tanto pelo islão como pela igreja copta.
Em 2013, uma pesquisa realizada pelo centro de estudos americano Pew revelou que apenas 3% dos egípcios consideravam que "a sociedade deve aceitar a homossexualidade".
Três egípcios foram condenados em abril a oito anos de prisão pela organização, segundo as autoridades, de "uma festa pervertida" e pela prática de "libertinagem".
Em 2001, 52 pessoas foram detidos em um barco discoteca no Cairo por participação em uma festa com a presença de homossexuais. Vinte e três foram condenadas a penas de um a cinco anos de prisão.