O julgamento dos jornalistas do canal de televisão Al-Jazeera acusados de apoiar a Irmandade Muçulmana recomeça nesta quinta-feira no Cairo e a Anistia Internacional (AI) acusa as autoridades de "vingança" contra os repórteres, três deles presos há mais de 100 dias.
Esta é a quinta audiência no processo, que recebe muitas críticas da comunidade internacional. Muitas pessoas denunciaram o risco para a liberdade de expressão no Egito, que há nove meses enfrenta uma espiral de violência, desde a destituição pelo exército do presidente islamita Mohamed Mursi.
No início da semana, a família de outro jornalista da emissora, Abdallah Elshamy, detido há oito meses, mas que não foi indiciado no caso julgado nesta quinta-feira, pediu a libertação imediata e destacou a degradação de seu estado de saúde, provocada por uma greve de fome.
Os três jornalistas que comparecem ao tribunal nesta quinta-feira - o australiano Peter Greste, o egípcio-canadense Mohamed Fadel Fahmy e o egípcio Baher Mohamed - faziam reportagens sobre a violência posterior à destituição de Mursi para a Al-Jazeera em inglês.
Elshamy trabalha para o canal em língua árabe da emissora por satélite com sede no Catar.
No caso que será julgado nesta quinta-feira, 20 pessoas são processadas, 12 delas à revelia.
Na audiência anterior, em 31 de março, o tribunal negou aos três jornalistas a liberdade sob fiança, apesar do grupo ter sido autorizado a solicitar a medida fora da jaula na qual os acusados são apresentados, uma decisão sem precedentes no Egito.