Ex-presidente busca libertação das sequestradas na Nigéria

Olusegun Obasanjo tentou se reunir com representantes do Boko Haram; nesta terça, um novo ataque deixou 10 soldados e 15 policiais mortos, no país

27 mai 2014 - 16h30
(atualizado às 16h41)
<p>Olusegun Obasanjo tentou se reunir com os representantes do Boko Haram para libertar as mais de 200 adolescentes sequestradas</p>
Olusegun Obasanjo tentou se reunir com os representantes do Boko Haram para libertar as mais de 200 adolescentes sequestradas
Foto: Reuters

O ex-presidente nigeriano Olusegun Obasanjo tentou se reunir com os representantes do Boko Haram para libertar as mais de 200 adolescentes sequestradas pelo grupo radical islâmico em meados de abril.

O ex-chefe de Estado (1999-2007), que continua sendo uma figura política influente no país, se encontrou no fim de semana com vários intermediários do Boko Haram, indicou à AFP uma fonte ligada às negociações e que não quis ser identificada.

Publicidade

O advogado Mustafá Zanna, ligado à família do ex-chefe do Boko Haram, Mohamed Yusuf, confirmou que a reunião aconteceu, mas não revelou seu conteúdo.

O chefe do Estado-Maior da Aeronáutica na Nigéria, marechal Alex Badeh, afirmou na segunda-feira que as mais de 200 estudantes foram localizadas.

O governo, que, segundo a mesma fonte, abandonou a ideia de tenta fazer uma mediação secreta, não confirmou que esteja a par desta iniciativa de Obasanjo.

As famílias das 223 adolescentes continuam sem notícias, quase dois meses depois do sequestro em massa que ocorreu no instituto Chibok, no nordeste da Nigéria, enquanto o mundo inteiro se mobiliza para pedir sua libertação.

Publicidade

O presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, descartou a possibilidade de fazer uma troca de prisioneiros pelas estudantes, como havia pedido o atual chefe do grupo, Abubajar Shekau.

Mas, de acordo com a fonte da AFP, desde então o governo tenta negociar em secreto a libertação das meninas através de um jornalista, Ahmad Salkida, ligado ao ex-chefe do grupo.

Manifestante segura uma placa enquanto protesta contra o sequestro das estudantes
Foto: Reuters

"Houve um contato, mas o governo o rompeu", segundo esta fonte, depois da volta de Goodluck Jonathan da cúpula de Paris em 17 de abril, na qual a Nigéria e os países vizinhos estabeleceram um plano de luta contra o Boko Haram, apoiado pelos ocidentais.

No último dia 12, o Boko Haram divulgou um vídeo com as estudantes sequestradas, afirmando que as jovens haviam sido convertidas ao Islã e destacando que as vítimas serão libertadas apenas no caso de uma troca com jihadistas detidos.

Publicidade

Mas o governo nigeriano descartou liberar presos islamitas em troca da libertação das adolescentes.

Espanha homenageia jovens sequestradas na Nigéria com flores
Video Player

No total, 276 adolescentes foram sequestradas em 14 de abril em Chibok, no estado de Borno (nordeste da Nigéria), que tem uma grande comunidade cristã. Muitas jovens conseguiram fugir pouco depois do sequestro e 223 continuam desaparecidas.

Boko Haram ("A educação ocidental é um pecado" em língua hausa), que deseja impor a lei islâmica no norte da Nigéria, matou milhares de pessoas desde 2009 e atacou escolas do nordeste do país em várias oportunidades.

A maioria dos ataques recentes foi cometido no nordeste da Nigéria, reduto histórico do grupo, onde o Exército mantém uma grande ofensiva contra os islamitas.

Em novo ataque, 25 militares morrem na Nigéria

Publicidade

Pelo menos 10 soldados e 15 policiais morreram nesta terça-feira na Nigéria em um suposto ataque do grupo radical islâmico Boko Haram contra uma base militar e uma delegacia, informaram testemunhas da ação citadas pela imprensa local.

O atentado ocorreu na cidade de Buni Yadi, no estado de Yobe, um dos territórios no norte do país onde o governo declarou estado de emergência para combater os fundamentalistas.

"(Os insurgentes) estavam disfarçados com uniformes militares e se aproximaram do portão com caminhonetes e carros blindados pintados com cores militares. Os soldados os confundiram com colegas e abriram o portão antes que os radicais abrissem fogo contra eles", relatou uma testemunha ao jornal "Daily Trust".

A polícia do estado de Yobe confirmou o ataque sem dar mais detalhes sobre o incidente, mas vários moradores da cidade garantiram à publicação que viram os corpos de dez soldados e 15 policiais.

Publicidade

Outra testemunha contou que os insurgentes disseram para os moradores que não matariam nenhum civil, já que seu alvo eram os "homens de uniforme".

Após o ataque contra a base militar e a delegacia, membros do grupo radical voltaram à cidade, atearam fogo aos edifícios do governo e incendiaram vários carros na residência do chefe de distrito.

Foto: Arte Terra

Com informações da AFP e da EFE.

Fonte: Terra
Fique por dentro das principais notícias
Ativar notificações