A Guiné anunciou o fechamento de suas fronteiras com a Serra Leoa e com a Libéria neste sábado, em uma tentativa de conter a propagação do Ebola, vírus que já matou cerca de mil pessoas nos três países neste ano.
Pelo menos 367 pessoas morreram na Guiné de Ebola desde março e outras 18 estão sendo tratadas no país em isolamento, mas a decisão foi tomada principalmente para evitar que pessoas infectadas cruzem as fronteiras, disseram autoridades.
"Nós fechamos preventivamente a fronteira entre Guiné e Serra Leoa principalmente por causa de todas as notícias que temos recebido de lá recentemente", disse o ministro da Saúde do país, Rémy Lamah, destacando que a Guiné também fechou suas fronteiras com a Libéria.
As medidas foram tomadas após consulta aos países vizinhos, disse o ministro de Cooperação Internacional, Moustapha Koutoub Sano.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse na sexta-feira que o Ebola representa uma emergência mundial e que pode continuar a se propagar durante meses.
A Nigéria tornou-se a terceira nação africana, depois de Serra Leoa e Libéria, a declarar emergência nacional na sexta-feira, enquanto os sistemas de saúde da região esforçam-se para lidar com o avanço de uma das doenças mais mortais conhecidas pelo homem.
Morre freira que trabalhava com padre espanhol
A freira congolesa Chantal Pascaline, que trabalhava com o padre espanhol infectado pelo vírus do ebola em um hospital da Libéria, morreu hoje (9) de madrugada devido à febre hemorrágica, informou a Ordem Hospitaleira de São João de Deus.
Pascaline, de 47 anos, estava no Hospital de São José de Monróvia, capital da Libéria, assistida pelo enfermeiro voluntário camaronês William Ekeurm, assim como dois outros religiosos infectados, a freira da Guiné Equatorial Paciencia Melgar e o padre de Gana Georges Combey.
Assim como o padre espanhol Miguel Pajares e a freira de origem espanhola Juliana Bonoha, levados na quinta-feira (7) para a Espanha, os três religiosos africanos prestavam assistência a doentes de ebola naquele hospital liberiano.
Em comunicado, a ordem religiosa informa que prepara uma equipa de profissionais de saúde para enviar o mais rapidamente possível à região, no âmbito da campanha Paremos o Ebola na África Ocidental.
Pajares, de 75 anos, foi infectado pelo vírus e seu estado de saúde é estável. Bonoha, de 65, foi internada por suspeita de infecção, não confirmada até agora, e está sem sintomas e em bom estado geral, segundo o Hospital Carlos 3º de Madri, onde estão internados.
A Libéria é um dos quatro países da África Ocidental que enfrentam o pior surto de ebola das últimas quatro décadas. A epidemia é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) emergência internacional.
Desde fevereiro, o vírus infectou mais de 1.700 pessoas - mais de 900 morreram, na Serra Leoa, Guiné-Conacri, Libéria e Nigéria, segundo a OMS.