As autoridades guineanas vão pagar 10 mil dólares à família de cada agente de saúde morto por Ebola, anunciou nesta quarta-feira o coordenador nacional de combate à epidemia, doutor Sakoba Keita. No total, foram contabilizadas 42 que poderiam solicitar esta indenização, reforçou.
Estão incluídos os parentes dos oito membros de uma equipe de sensibilização sobre o Ebola, mortos em 16 de setembro em Womey (sul) por residentes hostis, entre os quais, três funcionários da imprensa, encarregados administrativos e dois médicos.
O presidente Alpha Condé, com o apoio da comunidade internacional, "decidiu conceder 10 mil dólares americanos a cada família de um agente de saúde vítima do vírus Ebola", afirmou o doutor Keita, diretor de prevenção e de combate à doença no Ministério da Saúde.
"Não se trata apenas de médicos ou enfermeiros, trata-se igualmente de pessoal de apoio, ou seja, maqueiros e motoristas que trabalham em instalações sanitárias", acrescentou.
Segundo ele, foram tomadas as medidas para realizar o pagamento das indenizações a partir desta quarta-feira. "Até agora, temos oito famílias que apresentaram os documentos completos sobre as quais não há boatos de litígio", disse Keita. Ele não quis comentar o montante total previsto para o pagamento das compensações.
"A decisão (de alocar este dinheiro) foi tomada há um mês, mas sua aplicação foi atrasada porque faltava implantar os procedimentos de pagamento nos fundos alocados à Guiné pelo Banco Mundial", explicou o funcionário do Ministério da Saúde.
Originária na Guiné, a atual epidemia de Ebola, matou mais de 4.800 pessoas entre 9.936 casos registrados, a maioria no oeste da África, segundo o último balanço da Organização Mundial da Saúde (OMS), publicado nesta quarta-feira.
No total, 244 profissionais de saúde morreram e 443 se infectaram com a doença.