O Reino Unido entregou à Rússia dados secretos sobre as causas da catástrofe do avião russo em 31 de outubro na península egípcia do Sinai, acidente que Londres acredita que foi um atentado terrorista.
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"Efetivamente, certos dados foram entregues pela parte britânica. Não posso revelar quais concretamente, já que não disponho de dita informação", informou nesta segunda-feira (9) Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin, à imprensa local.
Peskov expressou sua confiança de que "todos os países" que disponham de dados a respeito cooperem igualmente com as autoridades russas para esclarecer os motivos da tragédia na qual morreram 224 pessoas.
A Chancelaria britânica confirmou hoje a entrega a Moscou de dados de inteligência e insistiu que, como disse anteriormente o primeiro-ministro, David Cameron, a catástrofe foi provocada com quase toda probabilidade por uma bomba.
Na semana passada, Cameron garantiu em uma conversa telefônica com o presidente russo, Vladimir Putin, que não há "certeza" de que tenha sido uma bomba, mas parece cada vez "mais provável".
Os serviços secretos britânicos e americanos acreditam que uma bomba foi colocada no avião russo que caiu na Península do Sinai após decolar de Sharm el-Sheikh.
A braço egípcio do grupo terrorista Estado Islâmico (EI) insistiu em reivindicar o acidente do avião russo, embora não tenha oferecido detalhes.
No entanto, tanto Putin como as autoridades russas mantiveram desde o princípio um rigoroso silêncio sobre as causas da tragédia, a maior na história da aviação russa.
De fato, Peskov voltou a insistir hoje que é "prematuro" falar sobre as diferentes versões do fato e pediou paciência para esperar os resultados da investigação.
Enquanto isso, o governo estimou hoje em quase 25 mil os turistas que retornaram do Egito depois que Putin suspendeu na sexta-feira os voos a esse país, o principal destino turístico para os russos.
"Esta medida de segurança é necessária para esclarecer definitivamente as causas da catástrofe do Airbus A-321", disse hoje o primeiro-ministro russo, Dmitri Medvedev.
Segundo as previsões do Executivo, serão necessárias quase duas semanas para repatriar os milhares de russos que descansam no país árabe.
Por motivos de segurança, as bagagens estão sendo enviados em aviões de carga fretados pelos Ministérios de Defesa e de Situações de Emergência, e a companhia aérea Volga-Dniepr.