Aliado do apartheid, Israel lamenta morte de Mandela: "mudou o mundo"

Israel foi um aliado do regime sul-africano praticamente até o fim; apenas em 1987 se uniu aos países que repudiavam o segregacionismo

6 dez 2013 - 10h59

O governo de Israel lamentou nesta sexta-feira a morte do ex-dirigente sul-africano Nelson Mandela, que foi descrito pelo presidente israelense, Shimon Peres, como "um grande líder que mudou o curso da história".

"O mundo perdeu um grande líder que mudou o curso da história. Em nome de todos os israelenses estamos de luto com todas as nações do mundo e o povo da África do Sul, que perdeu um líder excepcional", disse o político israelense em comunicado divulgado durante a madrugada.

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Após vários meses doente por uma infecção pulmonar, o ex-presidente da África do Sul morreu ontem aos 95 anos de idade em sua casa de Johanesburgo. Durante muitos anos, o governo israelense manteve laços econômicos e relações estratégicas com o regime do apartheid. Apenas em 1987, quando se encontrava como único país desenvolvido ainda a apoiar a minoria branca, Israel denunciou o apartheid.

Peres, que se reuniu com Mandela em várias ocasiões, acrescentou que ele foi um "defensor dos direitos humanos e deixou uma marca indelével no combate ao racismo e à discriminação". "Foi um defensor apaixonado da democracia, um respeitado mediador, prêmio Nobel da Paz e, acima de tudo, um construtor de pontes e de diálogo que pagou um alto preço pessoal por sua luta", afirmou Peres ao oferecer suas condolências ao povo sul-africano.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, também lamentou a morte do líder sul-africano e o descreveu como "uma das grandes figuras do nosso tempo". "Foi o pai de seu país, um homem de visão e um defensor da liberdade que rejeitava a violência", afirmou Netanyahu em seu comunicado.

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